Na quinta-feira a conta no Twitter do empresário brusquense Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, foi bloqueada através de uma decisão judicial. A ação ocorreu dois dias após operação de busca e apreensão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O perfil de Hang no Instagram foi bloqueado ainda na noite de terça-feira, porém a conta no Twitter seguiu ativa. O empresário, inclusive, utilizou a conta para criticar o bloqueio feito na outra rede social. Ela continuava ativa até então, pois o Twitter ainda não havia sido notificado.

Na manhã da última terça-feira, Luciano e outros sete empresários que compõem um grupo pró-bolsonaro no WhatsApp foram alvos da operação que investiga denúncias de um possível golpe de estado em caso de vitória de Lula. Além da apreensão do celular de Hang, a decisão do ministro determinava a suspensão dos perfis do empresário em todas as redes sociais.

Ao acessar o perfil de Luciano, surge uma mensagem em inglês explicando que a conta foi retida no Brasil por ordem judicial.

Em nota divulgada pela Havan, a empresa afirma que Hang foi “vítima de nova censura”.

Contraponto

A Havan publicou uma nota oficial. “O empresário Luciano Hang foi vítima de nova censura na tarde desta quinta-feira. [...] A censura se deu em virtude de uma narrativa criada após uma reportagem do Metrópoles, que teve acesso a conversas de um grupo de WhatsApp fechado”, diz o texto.

Luciano também se manifestou: “Isso é um ataque à democracia e à liberdade de pensamento e de opinião. Comecei a me manifestar politicamente porque eu não aguentava mais todos os desmandos desse país. Querem me calar. Mas eu sou a voz de milhões de brasileiros de norte a sul do Brasil. Me calando, calam a voz de todos que se sentem representados por mim. Tenho certeza que tudo foi arquitetado para derrubar as minhas redes sociais para prejudicar o presidente Bolsonaro”, afirma.

“Eu nunca arquitetei golpe algum. Sou um defensor da liberdade e da democracia. Em minhas redes sociais, sempre passei mensagens de otimismo, empreendedorismo, economia e minha visão política. É um absurdo um cidadão não poder nem mais falar o que pensa, nem em um grupo entre amigos ou família no WhatsApp. Onde já se viu um ativista político não poder se manifestar sobre política. Vivemos tempos sombrios no nosso país, onde um lado pode tudo, tem toda a grande imprensa a favor e o outro nada pode. Estamos sendo perseguidos e censurados como bandidos. Isso não é democracia, é ditadura”, disse.