Balneário Camboriú vai apresentar   no próximo dia 19 de julho o projeto executivo de reurbanização da orla da praia Central, entregue pelo Instituto +BC e elaborado pelo escritório de arquitetura e urbanismo Índio da Costa, do Rio de Janeiro. No mesmo dia, a prefeitura apresentará o projeto à comunidade na Câmara de Vereadores em audiência pública que recolherá sugestões e propostas que poderão ser incorporadas à futura licitação.

A próxima etapa será  avaliar o custo real da obra para buscar as fontes de recursos. De acordo com o gestor do Fundo de Outorga Onerosa de Balneário Camboriú, Rubens Spernau, a estimativa é de que o investimento seja em torno de R$ 250 milhões, incluindo as obras de drenagem e do novo emissário da Emasa, melhorias que ficarão “enterradas”, mas que fazem parte da infraestrutura para revitalização da orla.

Rubens informa que o município já vem fazendo várias simulações e modificações no projeto, buscando um equilíbrio econômico-financeiro sem descaracterizar a proposta, mas tornando o preço mais acessível para a prefeitura custear. “A partir dessa aprovação, a gente pode seguir com ela, arrecadando e fazendo, ou até buscar um empréstimo, porque a gente teria uma fonte pagadora para isso”, comenta Rubens.

Ele destaca que o avanço na fonte de recurso garante o orçamento para execução. “Queremos licitar assim que a gente tiver cobertura orçamentária. Com a aprovação da Câmara, tem a condição de começar a arrecadar através da venda de outorgas, assim como a gente arrecada para fazer outras obras. É um fundo específico, então tudo que é arrecadado vai para esse fundo e vai permitir uma cobertura orçamentária”, explica.

Mobilidade, ambiente de lazer, de encontro das pessoas em BC” - Rubens Spernau (Gestor do Fundo de Outorga Onerosa)

Obra não vai interditar completamente a praia

O cronograma para execução das obras prevê, no mínimo, 30 meses de trabalho, conforme avalia Rubens Spernau. O prazo é estendido porque o projeto é cheio de detalhes e não se pode interditar a praia inteira para fazer as obras. “Você tem que fazer por trechos para permitir que a praia seja utilizada e as pessoas possam dela usufruir”, ressalta.

Essa divisão por etapas também permite que o serviço seja pago ao longo de sua execução, tendo uma fonte garantida de custeio. Em paralelo ao avanço das obras, em cada trecho da avenida deve ser feita a recuperação da vegetação de restinga, uma condicionante ambiental do alargamento da faixa de areia.

Um acordo entre o Ministério Público Federal (MPF), Instituto do Meio Ambiente (IMA) e prefeitura está para ser assinado, com as medidas para conciliar o plantio com a revitalização da orla. Segundo Rubens, a proposta é fazer um trecho e plantar a restinga, seguindo nesse ritmo assim até concluir toda a praia.

“Porque agora ela [a restinga] vai ficar meio sem sentido e pouco protegida, mas depois ela estará muito mais protegida, inserida no contexto urbano, e a chance da sobrevida também é muito maior”, avalia Rubens, destacando que a vegetação, além de cumprir uma função ambiental, estará integrada ao paisagismo da nova orla.

O projeto-piloto de plantio das mudas de restinga seguirá na Barra Sul, onde os primeiros canteiros estão demarcados. O mesmo trecho vai receber uma “amostra” de como será a reurbanização de toda a orla. A parte foi destacada do projeto final e envolve cerca de 350 metros entre as ruas 4500 e 4800, representando 7% da extensão do projeto.

A amostra será bancada e feita por uma empresa, por conta de um débito com o município. A execução do trecho também é prevista no TAC do MPF sobre a restinga. O objetivo é “testar” como as mudas vão se comportar para que, num segundo momento, o plantio continue em paralelo às obras de reurbanização.

Avenida Martin Luther ficará maior

A prefeitura de BC espera contratar em breve a empresa que fará o prolongamento da avenida Martin Luther até o bairro Ariribá. A obra visa desafogar o trânsito em trecho da avenida do Estado Dalmo Vieira na região norte e melhorar o acesso ao bairro das Nações. O projeto ainda representa uma nova etapa na futura ligação da avenida até Itajaí.

A Martin Luther será aberta da rua Uganda até a avenida das Gaivotas, entre os bairros Nações e Ariribá, numa extensão de quase 800 metros e investimento em torno de R$ 10 milhões nas obras, além de R$ 30 milhões em desapropriações. A licitação foi suspensa para análise de impugnação de uma das empresas interessadas e deve ser retomada após correções no projeto técnico. O cronograma prevê execução em cinco meses após a ordem de serviço, podendo ser tocada mesmo durante o verão.

Ecoparque corta Municípios

A avenida Ecoparque vai estender em mais de 800 metros a alameda Delfim de Pádua Peixoto Filho até a 6ª Avenida, junto ao rio Peroba, cortando o bairro dos Municípios. O projeto tem valor de mais de R$ 40 milhões, sendo cerca de R$ 30 milhões em desapropriações e o restante para as obras.

O projeto está pronto, já passou pelo Conselho da Cidade e espera a aprovação da operação urbana para destinação dos recursos das outorgas ao financiamento da obra. A autorização depende de votação na Câmara de Vereadores.

A abertura da avenida prevê a desapropriação de 47 imóveis. A nova via terá mão dupla, com estacionamento e ciclovia. No trecho central, as pistas vão contornar um parque de 5 mil metros m² entre as ruas Bom Retiro, Corupá, Campo Erê e Campos Novos, para atividades de lazer.

BC espera dinheiro do Plano 1000

Um conjunto de obras que soma mais de R$ 70 milhões em infraestrutura foi inscrito pelo município no Plano 1000, programa de investimentos do governo estadual. A análise dos projetos perdeu velocidade devido ao período eleitoral, mas será retomada após o pleito.

No pacote estão as obras de revitalização da rodovia Interpraias (R$ 11 milhões), a última etapa da abertura da avenida Martin Luther, do Ariribá até Itajaí (R$ 13 milhões), a nova via que vai ligar a BR 101 ao Ariribá (R$ 40 milhões) e a abertura da avenida Raposo Tavares, que passa por trás do zoo da Santur e será um novo acesso para o bairro Nova Esperança, paralelo à marginal da BR 101.

Parque linear terá área de 6,8 mil m2

A elaboração do projeto para implantação do novo parque linear no final da rua 3700 está em andamento pela empresa contratada pelo município. O espaço de lazer terá área de 6,8 mil metros quadrados às margens do rio Camboriú e passará por baixo das pontes da BR 101.

O projeto terá uma pegada ecológica, com áreas verdes, deques para contemplação do rio, ciclovias, passeio e área pet. “Além da mobilidade e do ambiente de lazer, de encontro das pessoas, a gente vai estar mostrando a cara do rio Camboriú, que normalmente fica escondido pra nós”, destaca Rubens Spernau.

As obras vão revitalizar o local e pretendem ainda resolver os alagamentos na passagem sob a rodovia entre a rua 3700 e o início da rua Dom Afonso, na Vila Real. Após concluído, o projeto será apresentado para a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT), por pegar parte da faixa de domínio da BR 101 embaixo da ponte.

O parque deve se ligar futuramente com a área do outro lado da rua, em frente à peixaria Oliani, destinada para um terminal de integração de ônibus. Na outra margem do rio, há planos de implantação de um terminal de transporte aquaviário, num sistema que teria pontos de embarque ao longo do rio.

Estrada do Barranco ganha asfalto

A rua Avelon Cordeiro, mais conhecida como Estrada Geral do Barranco, serve de alternativa de ligação à BR 101 e de acesso a Camboriú. Com a inauguração da nova ponte da marginal da rodovia e o funcionamento do Expocentro Júlio Tedesco, a via ganhou importância na mobilidade da região e está sendo pavimentada.

As máquinas seguem na pista. A previsão é de que a obra de quase R$ 2 milhões seja entregue até o final de julho, se a condição do tempo permitir. O projeto envolve drenagem, asfalto e sinalização ao longo de 1,5 quilômetro. Durante as obras, a via estará interditada.