O estaleiro Okean & Ferretti, referência no mercado náutico nacional e internacional, iniciou a transferência de seu parque fabril do Guarujá, em São Paulo, para Itajaí, no início do ano passado. Hoje opera com a capacidade de produzir até 30 lanchas e iates por ano. Em setembro de 2021, o estaleiro completou a terceira etapa do processo de transição com um total de 10 mil metros quadrados da área de produção edificados [hoje são 6 mil m²] . O empreendimento deve estar operando em plena capacidade até 2025, com a produção de até 50 unidades/ano, de 50 a 80 pés. O estaleiro planeja investir R$ 210 milhões em Itajaí, dos quais R$ 110 milhões já foram aplicados na aquisição do terreno e nas primeiras etapas. Mais R$ 100 milhões devem ser investidos entre 2023 e 2025.

A Okean Ferretti deve entregar neste ano até 24 unidades, sendo que sete são lanchas da marca italiana Ferretti [que a Okean é a única fabricante licenciada fora da Itália], e é comercializada apenas no mercado interno. Já a marca Okean é exportada para a Europa, Estados Unidos, Japão, Austrália e também comercializada no mercado brasileiro em pequena escala.

O CEO da Okean & Ferretti, Roberto Paião, conta que a produção de 2022 e do primeiro semestre de 2023 já está negociada no mercado internacional. “Hoje já estamos vendendo a produção do segundo semestre do próximo ano,” acrescenta Paião. Já da marca Ferretti o estaleiro ainda está aceitando encomendas para o próximo semestre, desde que sejam barcos de pequeno porte [de 55 pés ao valor médio de R$ 10 milhões]. A aposta comercial visa o Salão Náutico Marina Itajaí, de 7 a 10 de julho, quando a empresa fará o lançamento oficial da Ferretti para o mercado nacional.

Crescimento projetado

Hoje a Okean conta com 300 colaboradores [entre trabalhadores contratados e terceirizados], número que deve chegar a 360 até o final desde ano e a 500 até 2025. No entanto, a cadeia de fornecedores na região chega a 3 mil pessoas. “Inclusive, diversos fornecedores de itens na nossa linha de produção montaram unidades em Itajaí e região”, pontua Paião.

Esse número deve aumentar, uma vez que a expectativa da empresa é operar com no mínimo 50% das matérias primas e componentes nacionais até 2025, segundo o plano de localização da empresa. “Hoje cerca de 60% dos componentes da linha Okean são importados. Já os componentes usados nas lanchas Ferretti são trazidos da Itália em sua totalidade”, acrescenta.

Vantagens competitivas

Roberto Paião foi o grande idealizador da instalação da Okean em Itajaí. Ele já havia trabalhado na unidade brasileira da Azimut, na cidade, e tinha conhecimento de todas as vantagens logísticas e competitivas de Itajaí e do estado de Santa Catarina.  “Estamos instalados ao lado do Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes, o que facilita significativamente nossas operações logísticas de importação dos componentes e insumos e a exportação das lanchas e iates prontos. É um polo náutico que já é referência nacional e internacional, com mão de obra extremamente qualificada, além de contarmos com os benefícios fiscais oferecidos pelo estado para a indústria náutica”, completa.