Justiça
Ex-funcionária da Havan ganha ação por ser pressionada a votar em Bolsonaro
Loja de Luciano Hang terá que pagar R$ 30 mil por por assédio moral
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]
A rede de lojas Havan foi condenada a pagar indenização de R$ 30 mil por assédio moral a uma ex-funcionária. A decisão foi do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), que entendeu que o empresário Luciano Hang, dono da rede, coagiu funcionários a votar no presidente Jair Bolsonaro (então no PSL, hoje no PL) nas eleições presidenciais de 2018.
Ao analisar a ação, o Tribunal entendeu que Hang induziu trabalhadores a votar no seu candidato, alegando que caso Bolsonaro não vencesse, suas lojas seriam fechadas e todos perderiam as vagas de trabalho.
Uma auxiliar de vendas de Mogi das Cruzes (SP), na ocasião, teria sido vítima de agressões verbais, perseguições de um superior e até sofrido arranhões por parte dela – além da pressão política sofrida. L. C. L. resolveu processar a loja após registrar um boletim de ocorrência contra o chefe.
Grosseiro
J. B. S., ex-funcionário da rede de 2018 a 2021, testemunhou que o superior era grosseiro com os trabalhadores, falava de maneira inadequada e “beliscava os funcionários” – nunca tendo visto, entretanto, J. tocar na ex-funcionária. Outra testemunha, V. L. R., entretanto, negou as acusações da ex-funcionária, mas admitiu saber que havia um procedimento interno contra o então superior.
O TRT-2 considerou que a situação dentro da empresa gerou danos à trabalhadora, e a juíza Ivani Contini Bramante ainda pontuou que Hang assediou moralmente funcionários, num episódio de “afronta à liberdade de voto”.
A Havan, em sua defesa, nega as acusações, e alega que as lives de Luciano Hang não geram obrigatoriedade de os funcionários assisti-las, nem de voto a qualquer candidato.
Os advogados asseguraram ainda que a acusadora não teria provas dos arranhões e provocaçõe contra o chefe na loja paulista.