Polêmica em SC
Influenciador afirma que Bíblia defende as armas
Luiz Senna, de Joinville, postou foto armado ao lado de colega da igreja
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]
Um ator e influenciador digital catarinense chamou atenção nos últimos dias por associar a defesa do armamento da população à Bíblia Sagrada, e por aparecer orando no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Luiz Senna, de Joinville, integra um grupo de divulgadores evangélicos chamado ‘O Retiro’, liderado pelo pastor Guilherme Batista, e defende seu pensamento com base em versículos do livro sagrado.
As postagens do rapaz no Instagram, entretanto, não tiveram unanimidade entre evangélicos. Luiz, que mora em Joinville, entende que a Bíblia não falou diretamente de armas de fogo, mas, quando o livro foi escrito, eram comuns armas como espadas, lanças e flechas.
“Podemos fazer um paralelo entre as armas dos tempos bíblicos e as armas que dispomos atualmente”, garantiu o rapaz, que já esteve orando no Palácio do Planalto, com o presidente Jair Bolsonaro (PL), e cita trechos dos livros de Êxodo, Lucas e João.
Na visão do influenciador, apóstolos como Simão Pedro andavam armados – no capítulo 18 de João, Simão desembainhou a espada e decepou a orelha de um sumo sacerdote. “O cristão é um pacificador, mas não é um pacifista que acredita que se defender com uma arma é errado”, observou.
Postura errada, diz pastor
Outra polêmica levantada por Senna foi postada há três dias – uma pregação no Palácio da Alvorada no último dia 22, em que o joinvilense citou que os evangélicos teriam “invadido” a casa do presidente para “orar por ele”.
O pastor Thiago Evangelista disse no vídeo de Senna – que já tem 32 mil visualizações – que a postura foi errada. “Jesus não invade, filho; Ele bate na porta, se alguém ouvir sua voz e abrir ele entra e ceia”. Em um vídeo anterior, Senna alega que “não é bolsominion” (seguidor do bolsonarismo) e que se Luiz Inácio da Silva (PT) ganhar a eleição, ele “orará pelo presidente Lula também”.
O DIARINHO entrou em contato com Luiz Senna para saber se ele admite que possam haver outras interpretações da Bíblia, e se seria seguro orientar a disseminação de armas na população, mas até o fechamento da matéria ele não retornou à reportagem.