Qualidade de vida
Cada vez mais ocupadas, cidades precisam de planejamento
A maior parte da população brasileira, 84,72%, vive em áreas urbanas
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A falta de mobilidade nas cidades é apenas uma das grandes demandas dos centros urbanos. Geração desenfreada de resíduos, poluição do ar, ocupação irregular de encostas e falta de habitação também compõem a longa lista de problemas causados pelo crescimento desordenado das cidades. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta que, em 2050, 60% da população brasileira será adulta, aumentando substancialmente a demanda por moradias nos centros urbanos.
Segundo estudos da Organização das Nações Unidas (Onu), em no máximo 30 anos 70% da população mundial deve viver em áreas urbanas. Absorver o crescimento populacional atrelado a iniciativas socioambientais é o grande desafio para o desenvolvimento de cidades mais inteligentes e sustentáveis.
O engenheiro civil Aloísio Pereira da Silva, conselheiro do CREA/SC e pesquisador no programa de pós-doutorado USP Cidades Globais, do Instituto de Estudos Avançados (IEA), da Universidade de São Paulo, explica que o acelerado processo de urbanização global traz como consequência a urgência do processo de modernização na sociedade. “O crescimento demográfico e a urbanização contínua devem adicionar 2,5 bilhões de pessoas para a população urbana até 2050”, explica o professor.
Outro ponto destacado pelo especialista é que, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios [PNAD/2015], a maior parte da população brasileira, 84,72%, vive em áreas urbanas. Em Santa Catarina esse índice representa 83,99%. “Com esta urbanização crescente e rápida, torna-se imperativo adotar políticas integradas de planejamento urbano para melhorar a vida das populações urbanas e para uma efetiva implementação de políticas integradas que contribuam para o crescimento sustentável das cidades”, destaca. Para Aloísio, é essencial coordenar a ocupação do solo por meio do seu desenho urbano e da implementação da infraestrutura necessária para melhorar a qualidade de vida das pessoas e das cidades.
Nesse contexto, a engenharia tem um papel fundamental na transformação das cidades e precisa assumir o protagonismo de agente transformador. “Uma das principais alternativas, não só para Santa Catarina, mas para o mundo, para que as cidades cresçam de forma ordenada e sustentável, são as soluções da engenharia. São as cidades inteligentes, pensadas de forma a garantir sustentabilidade e repensar a infraestrutura para entender todo o seu ciclo de vida, que é fundamental para as questões ambientais, econômicas e de qualidade de vida de toda a população”, arremata Aluísio.