O caso foi investigado pelo delegado Matusalem Júnior de Morais Machado, da Delegacia da Mulher de Brusque. O inquérito policial, com o indiciamento do delegado Farah, foi remetido ao Ministério Público na semana passada.
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Há quatro meses a influencer alega que sua vida virou de cabeça para baixo. O fim do relacionamento de um ano e oito meses com o policialpiorou as agressões psicológicas e emocionais.
Maiara diz que passou a ser ameaçada e tem dificuldades em conseguir apoio nas forças de segurança devido à profissão do seu ex, que é delegado da Polícia Civil. Ela conseguiu na justiça uma ordem restritiva que impede o delegado de se aproximar dela.
Segundo Maiara, até a noite de 10 de novembro de 2021, ela vinha tentando terminar a união estável que mantinha com o delegado numa boa. O motivo do fim do relacionamento estaria relacionado ao fato de o policial ser, segundo Maiara, “abusivo, manipulador e controlador”.
Maiara conta que Farah vinha insistentemente tentando fazer parte da empresa de confecção que sua família mantém em Brusque há quatro anos. Diante das negativas, ele teria ficado violento.
As agressões psicológicas se transformaram em físicas às 21h30 do dia 10 de novembro do ano passado, narra a vítima. Pelo boletim registrado na polícia Civil, Maiara contou que as agressões tiveram início a partir do momento que ela visualizou uma mensagem sobre a suposta abertura de uma conta bancária em seu nome – sem o consentimento dela.
Maiara não sabia da criação da conta e passou a questionar o então companheiro. “Ao questionar o motivo da abertura da conta, ele explodiu e passou, simultaneamente, a me xingar e agredir com socos, chutes e enforcamento. Ele também bateu com minha cabeça na parede e no box do banheiro”, descreveu no boletim de ocorrência.
Maiara contou que conseguiu se desvencilhar do agressor, mas no momento que ela corria para fora do apartamento, ele arremessou o celular da vítima. Maiara pegou o celular destroçado e fugiu.
A vítima diz que procurou ajuda de um familiar e foi acompanhada à delegacia registrar a agressão.
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Medida protetiva
Dias depois, Maiara conseguiu uma medida protetiva na justiça proibindo que Farah se aproxime dela ou de sua família. Ela também fez exame corpo de delito para comprovar as agressões.
Só que Maiara diz que nunca mais se sentiu segura, pois o ex frequenta os mesmos locais onde ela vai, desrespeitando a medida protetiva judicial. Um novo boletim de ocorrência foi registrado sobre essa situação, afirma Maiara.
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Com o inquérito sendo enviado ao Ministério Público, o caso pode ter três desdobramentos: tendo provas suficientes da agressão sofrida por Maiara, o MP pode dar início ao processo criminal.
Se a promotoria entender que há necessidade de mais diligências, o inquérito é devolvido à Polícia Civil. Já se o MP entender que não há prova das agressões, o inquérito policial pode ser arquivado.
Como o caso corre em segredo de justiça, o Ministério Público não se manifestou.
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O delegado Rodolfo Farah, que responde pela delegacia de Balneário Piçarras, informou à reportagem do DIARINHO que o processo está em curso. “Não vou me manifestar sobre a ação policial, porque seria antiético comentar a apuração de meus colegas. Vou aguardar o deslinde do processo judicial”, disse ao ser ouvido pela reportagem.
Polícia abriu procedimento administrativo
O delegado José Celso Correia, da Corregedoria da Polícia Civil do Litoral, informou que já tem conhecimento da denúncia de violência doméstica contra o delegado Farah. Uma sindicância preliminar já foi feita e será encaminhada à corregedoria Geral da Polícia Civil em breve. “Haverá então a instauração de procedimento administrativo, com penas previstas no estatuto da Polícia Civil que vão de advertência verbal até demissão da função pública”, informou o delegado Celso.