Um barco pesqueiro brasileiro registrado no Sindicato da Indústria da Pesca de Itajaí (Sindipi) e atuante em Guaratuba, no Paraná, foi interceptado e apreendido com 560 kg de cocaína no mar das Ilhas Canárias, pertencentes à Espanha. A informação gerou bastante desencontro de dados nos últimos dois dias, devido a áudios vazados no WhatsApp, mas o que foi apurado é que o barco tem registro no sindicato itajaiense e também foi interceptado em águas internacionais com a presença de pescadores de Balneário Barra do Sul. 

A informação inicial é de que na madrugada do dia 19 de janeiro (quarta-feira passada), o pesqueiro brasileiro de 19 metros de comprimento navegava a cerca de 230 milhas náuticas ao norte das Canárias, com o carregamento de droga já na mira das autoridades espanholas – as Canárias, embora estejam geograficamente perto da costa da África, pertencem às comunidades autônomas da Espanha.

O mestre do barco teria tentado fugir da fiscalização, mas a embarcação acabou abordada pela polícia. A droga estava dividida em vários tijolos e dentro de sacolas. De acordo com os agentes espanhóis, a carga do “Mestre Doca I” está avaliada em 30 milhões de euros.

O vídeo divulgado pela Marinha Espanhola mostra o momento em que os pescadores descem da embarcação, já sob escolta policial, e o desembarque da droga num dos portos do país. É possível identificar claramente o nome do barco. O volume de cocaína dentro de bolsas impressionou.

O portal de notícias espanhol “20 Minutos” detalhou que a operação em conjunto da Guarda Civil, Polícia Nacional e Vigilância Aduaneira do arquipélago das Ilhas Canárias foi a responsável pela identificação do barco pesqueiro, e pela prisão de sete pessoas – seis tripulantes brasileiros e um francês.

A abordagem foi difícil devido às péssimas condições de navegação causadas por um temporal na região. Mesmo com dificuldades climáticas, o uso do entorno do arquipélago como rota de tráfico é antigo na região, e virou rota comum dos traficantes, com pequenos barcos da América do Sul utilizados para o transporte da droga. 

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Áudios de Whats

O pesqueiro, tripulantes e o carregamento da cocaína foram levados para o porto de Santa Cruz de Tenerife. A partir dessa notícia, começaram a vazar áudios na internet de familiares ou conhecidos dos pescadores presos – os quais seriam de uma mesma família, que mora entre Guaratuba e Balneário Barra do Sul. O jornalista James Klaus apurou na cidade pesqueira catarinense e confirmou ao DIARINHO que os tripulantes são mesmo pescadores do município.

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Já o jornalista Vilmar Carneiro, do CarneiroNews, de Penha, foi quem conseguiu confirmar que o “Mestre Doca I” está registrado no Sindipi, em Itajaí, embora seja uma embarcação originalmente de Guaratuba, no Paraná.

A polícia espanhola ainda não divulgou o nome dos brasileiros e do francês presos. Nos áudios vazados na internet, circulam vozes de familiares se referindo aos pescadores como “Mosquitinho”, “Murilo”, “Dentinho” e “Leco”. Não se sabe, também, se todos os seis presos são de Barra do Sul ou havia algum de outra origem.