Trens elétricos e túnel para o rio
Aprovado projeto que deve revolucionar a mobilidade
Comissão do Ministério da Economia deu sinal verde para obras saírem do papel
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]

A Amfri recebeu um importante aval para obras de mobilidade urbana que prometem mudar a cara da região. A Comissão de Financiamento Exterior (Cofiex), do Ministério da Economia, aprovou a Carta Consulta apresentada para a implementação de obras do projeto de Mobilidade Integrada Sustentável da Amfri. Entre as ações, estão o sistema de Transporte Coletivo Regional, a construção de um túnel entre Itajaí e Navegantes e o projeto de mobilidade na orla de Balneário Camboriú.
O aval do Cofiex significa que os municípios do litoral catarinense têm condições de endividamento para quitar um empréstimo internacional. “O projeto tem viabilidade técnico-econômica, além de uma pré-aprovação do banco financiador”, explica o engenheiro da Amfri, João Luiz Demantova.
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As obras têm previsão de investimento de 120 milhões de dólares, sendo 90 milhões do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, e 30 milhões de contrapartida dos municípios da Amfri. A previsão de quitação do empréstimo é de 25 anos, com taxa anual de juros menor do que 2%.
Segundo a Amfri, os estudos já realizados apontam uma tarifa pro transporte regional que varia entre R$ 5 a R$ 10, e uma tarifa de pedágio do túnel que varia entre R$ 4,50 e R$ 10.
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A previsão de operação do transporte integrado, que seria o primeiro da América Latina, operando com 100% da frota com ônibus elétricos, é para o primeiro semestre de 2024. O túnel ficaria pronto quatro anos depois, em 2028. Já as ações de mobilidade na orla de BC devem ser concluídas em 2024. "Todas essas obras vão revolucionar a mobilidade urbana da nossa região, que é a que mais cresce no sul do país, e uma das mais adensadas. É um projeto que garantirá esse crescimento, com qualidade de vida”, comenta o prefeito de Balneário, Fabricio Oliveira.
Reuniões com o legislativo
A próxima fase para o financiamento sair do papel se inicia em janeiro, com a estruturação do financiamento, autorização do poder legislativo das cidades da Amfri e execução dos projetos de engenharia, com a modelagem jurídica de concessão, além dos Estudos de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental.
“Vamos tratar das autorizações legislativas para as assinaturas, porque elas são obrigatórias, e vamos trabalhar em uma agenda para poder debater, com as câmeras de cada um dos municípios, para eles compreenderem os projetos. No final, um projeto de lei será enviado pelo executivo para aprovação em cada câmara”, explica o engenheiro João Luiz Demantova
A estruturação de financiamento ainda será aprovada pelo Banco Mundial e, em uma terceira fase, ainda há uma aprovação do próprio financiamento pelo banco. “Aprovação das câmaras, aprovação do banco Mundial, a palavra final do Tesouro Nacional, que já deu a pré-qualificação na Cofiex, e, por fim, a autorização legislativa do Senado Federal. O projeto passa por essas aprovações. Mas o que nos deixa mais otimista é a garantia da União, que a gente conseguiu no Cofiex. Esse era o passo mais difícil nesta jornada”, salienta o engenheiro
Revolução na mobilidade
O projeto de transporte prevê o deslocamento entre os municípios da região da Foz do Rio Itajaí em um sistema seguro, pontual e com tarifa integrada, além do monitoramento de frota, via satélite e bilhetagem eletrônica.
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O túnel imerso sob o rio Itajaí fará a esperada travessia rodoviária entre Itajaí e Navegantes, com faixas exclusivas para o transporte coletivo e aos pedestres e ciclistas. Os módulos de concreto seriam ancorados a uma profundidade de 23 metros, pra garantir o acesso de navios no canal do complexo Portuário.
Já a nova orla Central da praia de BC teria uma reurbanização completa.