A disputa por um cãozinho, entre ativistas da causa animal e uma clínica veterinária de Balneário Piçarras, resultou em duas mulheres agredidas na quarta-feira. O episódio levantou, ainda, a questão dos limites da eutanásia em animais e o registro de violência por parte do veterinário do estabelecimento.
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O cãozinho havia sido atropelado, no último domingo, resgatado por moradores de Piçarras, e levado até o veterinário, no bairro Itacolomi. Após exames, ele constatou duas fraturas na lombar ...
O cãozinho havia sido atropelado, no último domingo, resgatado por moradores de Piçarras, e levado até o veterinário, no bairro Itacolomi. Após exames, ele constatou duas fraturas na lombar e necessidade de cirurgia urgente – caso contrário, o pet passaria por eutanásia.
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Ativistas ligadas a uma ONG local souberam da situação e iniciaram uma campanha para levantar recursos ou achar alguém que patrocinasse a cirurgia. O movimento gerou reação do veterinário, que solicitou a retirada da campanha das redes sociais, pois já teria se decidido pelo sacrifício do bichinho.
Quando as ativistas conseguiram um voluntário pra custear o tratamento e foram até a clínica para anunciar que a eutanásia não seria necessária, receberam a informação de que o animal estava morto – fato não confirmado pelo veterinário.
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A partir daí, um conflito de informações surgiu, pois a clínica atestava que o cão estaria vivo e teria sido retirado do local por outra entidade de proteção – mas a ong, procurada pelas defensoras, negou a versão.
A agressão ocorreu no momento em que as voluntárias foram buscar o animal caso ele estivesse realmente vivo. Ao notar que estava sendo filmado pelas ativistas, o veterinário reagiu com agressividade, ordenando que a gravação parasse.
No trecho do vídeo, a primeira a soltar um palavrão é a ativista – embora o clima já estivesse tenso desde antes desse trecho da gravação vazar. “F...-se!”, diz ela, ao que o veterinário responde: “Vai t... e vaza!”. “Nossa, que médico educado”, retruca a moça, acusando-o de ter matado o cachorro e alegando ser ela a dona do animal, pois teria feito a adoção.
A partir daí, ambas são expulsas da entrada da clínica com empurrões e chutes do veterinário. Uma das moças acabou apanhando do profissional ao tentar proteger seu celular. Ela alega ter levado socos no braço, que teve a mão cortada e foi empurrada contra uma grade. A segunda ativista também foi agredida ao tentar defender a primeira.
Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia. As vítimas fizeram exames de corpo de delito. As ONGs de Piçarras prometem uma manifestação para domingo contra a eutanásia – considerada dispensável, nesse caso – e também contra a agressão. Horário e local ainda não estão definidos.
O DIARINHO tentou contato com a clínica, mas não obteve retorno para a reportagem.