Contorno Sul
Moradores fazem abaixo-assinado contra algazarra nas madrugadas
Vizinhança relata que festas nos bares têm poluição sonora, xixi na rua, brigas e tráfico
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]

Os moradores da rua Jorge Mattos, no centro de Itajaí, fizeram um abaixo-assinado para entregar a todas as forças de segurança, além do Ministério Público, denunciando a algazarra que acontece próximo ao local todos os finais de semana. Segundo os relatos dos vizinhos, os bares no entorno da Univali promovem festas até o sol raiar e afetam toda a comunidade.
O aposentado Arnaldo Borges de Melo, 72 anos, e o produtor cultural Toni Sagaz, 63, procuraram o DIARINHO representando os moradores da rua. Eles contam que, desde que foi aberto o binário da rua Juvenal Garcia, a vizinhança não tem mais sossego durante as noites. O problema se agrava de quinta a domingo.
Os bares abrem suas portas sem se preocupar com o horário e a cena se repete a cada final de semana: música alta até de madrugada, homens usando os muros da casa para urinar e brigas generalizadas no meio da rua. Os moradores ainda suspeitam de tráfico de drogas.
Todos os problemas estão relatados no abaixo-assinado feito pelos moradores. “Viemos manifestar total repúdio e solicitar medidas cabíveis em observância às leis vigentes no município de Itajaí para sanar a prática perturbadora, demasiada e excessiva de poluição sonora, algazarras e abuso ao sossego alheio praticado pelos bares localizados na avenida Abrão João Francisco, principalmente o Ibiza Lounge. Os proprietários promovem festas que há muitos meses assolam os moradores, perturbando a paz e o sossego do entorno”, denunciam os moradores.
Idosos sofrem
Cerca de 50 moradores já assinaram o documento, que está sendo entregue às polícias Civil e Militar, Guarda Municipal, gabinete do prefeito Volnei Morastoni (MDB) e Ministério Público. Arnaldo e Toni contam que moram no mesmo local há mais de 30 anos e esta é a primeira vez que enfrentam o problema. “Minha mãe tem 98 anos e não consegue descansar por conta da algazarra produzida pelos bares”, conta Toni.
Falta policiamento
Eles ainda alegam que falta fiscalização e ação das forças de segurança para coibir os excessos. Os moradores ligam para o telefone de emergência da PM e da GM, mas as viaturas não aparecem. Os vizinhos acreditam que se houvesse rondas constantes da GM e da PM, não haveria tanta algazarra nas madrugadas.
O policial Guilherme Sena, responsável pelo setor de Jogos e Diversão da polícia Civil, informou que os bares em frente da Univali não tem alvará da polícia Civil. “A Lei de Liberdade Econômica os classificou como locais de “baixo risco”, sendo assim, cabe à prefeitura estabelecer o horário de funcionamento, bem como fiscalizar”, informou.
A mudança de legislação ocorreu há cerca de um ano. A polícia Civil aguarda a realização de um convênio com a prefeitura, para que o setor de Jogos e Diversão volte a estabelecer os horários dos locais indicados como “baixo risco” e para que a fiscalização da Polícia Civil volte a acontecer.
A PM promete reforçar as rondas no local. O comando da GM não respondeu os questionamentos do DIARINHO.