MUNDIAL DE PARA-SURF
Surfista da Brava representa o Brasil no Mundial nos EUA
Figue Diel é um dos convocados para integrar a equipe brasileira no mundial
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]




O surfista Figue Diel, 47 anos, da Praia Brava, em Itajaí, foi um dos atletas convocados para o campeonato Mundial de Para-surf. A competição, realizada pela Associação Internacional de Surf (ISA) e AmpSurf, reúne atletas do surfe adaptado do mundo todo. Esse ano, o evento acontece entre os dias 6 e 11 de dezembro, em Pismo Beach, na Califórnia, litoral dos Estados Unidos da América.
A convocação foi divulgada pela confederação Brasileira de Surf (CBS) essa semana. Será o quinto mundial de para-surf de Figue, que ficou em segundo lugar na colocação do campeonato em 2020 e agora treina para tentar o primeiro lugar no pódio.
O surfista vai representar o Brasil na categoria Para Surf VI 1 – Masculino. “É com muita alegria que recebo o convite da CBS para novamente integrar a equipe brasileira no mundial. O surfe é um esporte olímpico e o campeonato é uma oportunidade para reforçar a importância da modalidade para todos os públicos”, comenta.
No ano passado, atletas de mais de 20 países participaram da competição. O Mundial de Para-surf funciona no esquema de equipes: os surfistas competem em categorias individuais e somam pontos para o país representante. A federação com mais pontos de cada atleta conquista a primeira colocação.
Os surfistas são reunidos em categorias esportivas de acordo com as deficiências semelhantes. O júri avalia tanto as manobras como a força, a flexibilidade, o equilíbrio e a coordenação dos atletas. Figue representa o Brasil na categoria dos surfistas com deficiência visual total.
As baterias são transmitidas ao vivo pela ISA, no site oficial da associação: www.isasurf.org
Treinos duros
Para se preparar pro mundial, Figue pratica yoga, escalada, pilates, tem acompanhamento fisioterapêutico e uma alimentação saudável para fortalecimento e melhor rendimento no esporte. “Cumpro as minhas disciplinas com gosto e com esforço. É uma honra representar o Brasil em um campeonato mundial, mas mantenho a alma do surfista, que é se divertir independentemente do resultado”, explica.
Figue perdeu a visão aos 16 anos após um acidente de carro. As lesões nos olhos, causadas por fragmentos do vidro do para-brisa, levaram à cegueira total. O jovem gaúcho, que surfava desde moleque em Torres, litoral do Rio Grande do Sul, sofreu ao deixar de ver as ondas.
Mas procurou nos esportes uma maneira de seguir acreditando que a vida é o nosso maior presente. Além de surfista, Figue é faixa preta em jiu-jitsu e escalador de rochas, considerado como o primeiro deficiente visual a escalar no Yosemite National Park, na Califórnia (EUA).