PRAIA BRAVA
Brava Mix ainda não respondeu questionamentos do Turismo
Feira segue com futuro incerto após mudança de local e cancelamento
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



A organização da feira Brava Mix, cancelada pela associação de moradores após suspensões da prefeitura, ainda não respondeu aos questionamentos da secretaria de Turismo sobre o evento.
A pasta busca esclarecer dúvidas sobre a feira pra que a liberação possa ser analisada de forma técnica, dentro de regras que valerão pra outros eventos do tipo.
O coordenador da feira, André Aragão, informa que a associação não desistiu da feira. “O Brava Mix é um evento de sucesso que garantiu a renda e a dignidade de mais de 190 famílias, e nós não iremos desistir do nosso direito ao trabalho”, destacou.
Sobre os questionamentos da secretaria de Turismo enviados em ofício no início de setembro, André ressalta que a secretaria de Urbanismo é o órgão responsável pelas feiras e já recebeu todas as informações necessárias à realização do evento há um bom tempo.
“A secretaria responsável pela autorização da feira é o Urbanismo e não o Turismo. Nossos advogados estão nos orientando para garantirmos que a lei seja cumprida e as pessoas possam voltar a trabalhar”, disse.
A questão da resposta ao ofício da secretaria de Turismo foi discutida em reunião da diretoria da associação de Moradores da Praia Brava. “Por conta do teor de algumas informações solicitadas, que foram vistas como pessoais e faltou clareza no entendimento do por que foram feitas”, disse André.
“O ofício de resposta está sendo elaborado e assim que concluído será encaminhado para todos os envolvidos”, informou. Se o impasse sobre a volta ou não do evento persistir, há risco da questão ser levada à justiça.
A feira rolou ao longo de 28 edições, sempre aos domingos, desde o ano passado. O evento começou na avenida Carlos Drummond de Andrade, no trecho entre a beira-mar e a rua Delfim de Pádua Peixoto, onde enfrentou questionamento de um restaurante local.
A feira acabou sendo transferida para rua Jucília Maria da Silva Miguel, ao lado do Brava Beach, onde também enfrentou resistência. A prefeitura autorizou o evento para uma nova área, mas afastada da orla e longe da circulação de pessoas.
A organização considerou que o espaço tornava inviável a realização da feira, e cancelou o evento. A última edição foi no dia 15 de agosto. Desde então, a associação busca a liberação, defendendo que a feira volte a ser permitida no trecho inicial da Carlos Drummond de Andrade.
Secretaria quer discutir modelo para feiras
O secretário de Turismo, Evandro Neiva, disse que segue aguardando as respostas da organização. Ele explica que a ideia é conhecer melhor o projeto, saber como funciona a organização e quais as contrapartidas para o município, considerando que o evento usa um espaço público e gera impactos no entorno.
O ofício pede informação da infraestrutura da feira, entre energia elétrica, coleta de resíduos e segurança, quem faz a gestão do evento, horário de funcionamento, regras e critérios pra participação de expositores e eventuais pagamentos à organização.
A partir das respostas, o secretário pretende discutir com outras secretarias um modelo que servirá pra outras feiras. Uma primeira reunião está agendada com a fundação Cultural. “A Cultura deve ter a autonomia de analisar e equilibrar os interesses, dando realmente uma contrapartida para a cultura da cidade, assim como já fazem com o artesanato e os músicos”, comenta.
Ex-promotor apoia feira, mas com regras claras e fiscalização
Morador da praia dos Amores e frequentador da Brava, o ex-promotor de Balneário Camboriú, Rosan da Rocha, destaca que é favorável a todo tipo de feira livre, mas defende que elas devem funcionar com regras bem definidas.
Em Balneário, enquanto promotor, Rosan participou da regulamentação das feiras que hoje ocorrem na praça da Lagoa e na rua 200, ao lado do teatro Municipal. Ele se colocou à disposição pra ajudar em Itajaí.
“O que precisa ser feito é o poder público realmente montar as regras claras. Isso através do prefeito municipal ou a própria câmara pode fazer isso, com um projeto de lei regulamentando”, comenta.
Ele informa que as regras precisam definir horários de atendimento, produtos que podem ser vendidos, quem pode participar, tipos e quantidade de barracas, delimitação de espaços, local da feira, entre outros critérios.
“Havendo uma lei, uma regra, como há em dezenas e milhares de lugares, é fácil. Não pode é começar errado, querer continuar errado e insistir em fazer errado”, destaca. Rosan comenta que a feira livre é bem-vinda porque traz trabalhadores e artistas individuais que querem mostrar o seu trabalho.
“E a população adora. Faz parte da cultura da população brasileira e quase que mundial ter feiras”, considera. Na Brava, ele destaca que o evento é bom pro bairro e pra Itajaí e também atende a região da praia dos Amores.