VACINAÇÃO
SC tem 277 cidades com registro de vacinas “erradas” pra adolescentes
Vigilância Epidemiológica apura casos e espera correção das prefeituras
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Quase todas as cidades catarinenses tiveram registro de aplicação de doses “erradas” de vacinas contra a covid-19, em adolescentes, de laboratórios com imunizantes não liberados pra faixa de idade entre 12 e 17 anos. Até o momento, apenas a vacina da Pfizer está aprovada para este público, mas o ministério da Saúde identificou uso de doses de outras empresas no sistema.
Segundo a diretoria Estadual de Vigilância Epidemiológica (Dive), são 277 municípios – quase 94% das cidades de Santa Catarina – que constam aplicação de doses da AstraZeneca, Coronavac e Janssen para adolescentes. Conforme o ministério da Saúde, foram 797 adolescentes do estado que tiveram o registro de doses não autorizadas pela agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A lista das cidades não foi divulgada. A Dive informou que, ainda, está levantando os números de doses por município, e que foram avisados pelo estado pra corrigir os dados de forma rápida. O entendimento é que tenha ocorrido erro no registro das doses aplicadas. “A ideia é que os dados sejam validados rapidamente e, caso tenha algum problema, seja reportado à diretoria de Vigilância Epidemiológica”, esclareceu o órgão.
Em Santa Catarina, o ministério da Saúde apontou registro de 353 aplicações de doses da vacina AstraZeneca, 420 da Coronavac e outras 24 da Janssen em adolescentes. Os dados foram divulgados na semana passada, quando o ministro Marcelo Queiroga decidiu suspender a vacinação para adolescentes, sem comorbidades, devido a casos de efeitos adversos da vacina em investigação.
A maioria dos estados, incluindo Santa Catarina, manteve o calendário da vacinação para adolescentes em geral e grupos com comorbidades. O governo federal esperava a avaliação do caso de um adolescente, que morreu em São Paulo após tomar a vacina da Pfizer, pra reavaliar a recomendação. Mesmo depois de o governo paulista divulgar que a morte não teve relação com o imunizante e o aval da Anvisa pra continuidade da vacinação, o ministério ainda não mudou a orientação.