A comerciante Roseli do Nascimento, 48 anos, entrou em contato com o DIARINHO para contestar a versão repassada à imprensa pelo administrador do Mercado do Peixe, Júnior Serpa. Roseli diz que não é contra as promoções da Semana Nacional do Pescado e que a briga foi um desentendimento de família.

Ao meio-dia de quinta-feira, mais de 10 pessoas brigaram no mercado do público. A diretoria de Pesca apura os motivos da briga e os envolvidos devem ser punidos pela prefeitura.

Segundo Roseli, a briga não começou por conta do desconto ofertado pelos boxistas, que participam da campanha nacional de incentivo ao consumo de peixe, mas, sim, por conta de uma picuinha familiar. O marido de Roseli, Marcelo Serpa, é irmão de Júnior Serpa. Roseli e Marcelo são donos do box 1, e a esposa de Júnior Serpa é proprietária do box 26.

“A briga aconteceu porque a esposa do Júnior fez a promoção, mas uma placa da promoção caiu e ela tirou sarro da nossa cara. Ela disse que ‘tá caindo a placa, é o zolho, é o zolho...’”, conta Roseli. Ela ficou cabreira com a fala e retrucou: “Estais chamando nós de zolhudos, Jussara?”. E completou: “É melhor tu trabalhar e ficar na tua”.

Após o bate-boca entre as cunhadas, Marcelo ligou para o irmão Júnior, pedindo para ir até o Mercado do Peixe para resolver a situação. “Demorou duas horas pra ele chegar, e já chegou com a sogra junto. Ele, todo nervoso, gritou pra mim: ‘Oh, sua puta, tu vais ver quem é a safada’”, narrou Roseli.

O barraco estava armado. “A sogra deu um tapa na minha cara. Foi uma briga familiar. O Júnior chamou a sogra e a esposa pra me bater, e todo mundo entrou pra separar a briga”, contou.

Roseli, que é filha do famoso seu Trem, que faleceu neste ano, após manter o box 1 por mais de duas décadas, contou que “esperava mais de Júnior, como administrador”. “Ele tinha que amenizar o caso. Meu marido chamou ele para conversar e não brigar, mas ele já veio nervoso, porque a esposa encheu a cabeça dele, porque nos agredimos de boca”, contou.

A briga no Mercado do Peixe acabou com o almoço de várias pessoas no meio-dia de quinta-feira. Também ganhou repercussão regional já que ocorreu em um dos cartões postais da cidade, e há vários vídeos nas redes sociais. Duas viaturas da PM chegaram ao local, mas a briga já tinha acabado.

A PM ouviu três mulheres e dois homens envolvidos na confusão. Houve ameaça, injúria e lesão corporal leve entre os comerciantes. Um termo circunstanciado foi feito e as partes devem participar de uma audiência no fórum, além de fazer o exame de corpo de Delito.

Relatório pra punição

O diretor de Pesca de Itajaí, Rodrigo Silveira, está, desde quinta-feira à tarde, acompanhando a situação no Mercado do Peixe. As boxistas envolvidas na briga já foram advertidas.

Rodrigo adiantou que ficará no local até terça-feira. Ele vai ouvir todas as mulheres e os homens envolvidos na confusão para fazer um relatório. O documento será encaminhado, com todas as filmagens, para a procuradoria Geral de Itajaí, que analisará o caso e aplicará as punições aos envolvidos.

Segundo Rodrigo, os primeiros levantamentos dão conta de que a briga realmente não seria por causa do preço do peixe, mas “ciúmes, inveja e vaidade”.  Rodrigo comenta que Sabino Anastácio Filho, presidente da Associação e Boxistas do Mercado de Peixe, em nome dos 24 boxistas do local, também pediu medidas para que todos possam trabalhar com harmonia.