Degradação ambiental
Itajaí-Mirim sofre com a falta de consciência da comunidade e com o descaso dos órgãos ambientais
Em Itajaí os pontos mais graves estão na área urbana, nas proximidades da avenida Contorno Sul
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



Leitor do DIARINHO denuncia o descuido dos moradores e o descaso do poder público com relação ao rio Itajaí-Mirim, um afluente que tem sua nascente na cidade de Vidal Ramos, corta o município de Brusque e se une à margem direita do rio Itajaí-Açu na cidade de Itajaí. São 135 quilômetros [da nascente à foz]. O rio banha também diversos outros municípios. Além do não aproveitamento de uma região que poderia ser explorada como uma ferramenta turística pelos municípios, o leitor aponta ainda a falta de conservação da água. Inclusive, a maior parcela da água coletada pelo Serviço Municipal de Água e Saneamento de Itajaí (Semasa) que abastece os municípios de Itajaí e Navegantes é coletada no Itajaí-Mirim.
A assessoria de comunicação social do Instituto Itajaí Sustentável (INIS) diz que a limpeza das margens do rio Itajaí-Mirim é de responsabilidade da secretaria de Obras. “Os projetos de conservação das margens e respectivas matas ciliares são de responsabilidade da diretoria de Gestão Ambiental da INIS, mas não podem ser apuradas em um domingo. A entidade não tem serviço de plantão”, informa a assessoria.
Descaso
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“É lamentável vermos o descaso com o rio Itajaí-Açu, principalmente nas áreas que estão dentro de Itajaí”, diz o especialista em Comércio Exterior Izaltino Nicolau da Costa, que sugere ao poder público a revitalização das margens ribeirinhas com ciclovias, parques ambientais e, inclusive, ferramentas turísticas. “A região banhada pelo rio Itajaí-Mirim é muito bonita, com destaque para a mata atlântica preservada, e poderia ser muito bem aproveitada para o turismo, inclusive, com instalação de pousadas, restaurantes, áreas de lazer e exploração do potencial para a prática dos esportes náuticos”, sugere.
Izaltino exemplifica com roteiros turísticos de muitas cidades europeias que seguem os leitos dos rios, interligando, inclusive, uma cidade a outra. “Na Alemanha e em muitos outros países do velho mundo é muito comum vermos cidades interligadas por ciclovias que contornam os rios. Tipo de roteiro que poderia perfeitamente ser feito aqui”, diz. Inclusive, segundo ele, um passeio de Itajaí a Brusque de bicicleta pelas margens seria uma grande opção para os amantes da natureza.
“E os moradores poderiam se beneficiar com a montagem de quiosques, restaurantes, pousadas, parques aquáticos”, arremata. O leitor ainda sugere a parceria entre os muitos municípios por onde passa o rio para a implementação da infraestrutura turística.
Contraponto
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A secretaria de Obras de Itajaí diz que tem feito nos últimos cinco anos uma série de mutirões de limpeza e inclui também as margens dos rios. Diz ainda que os córregos e ribeirões recebem limpeza constante. “No entanto, mesmo com os investimentos de limpeza e de conscientização, o descaso da população faz com que cenas lamentáveis de acúmulo de lixo sejam recorrentes,” diz a nota da secretaria.
A secretaria de Obras ressalta ainda a importância do apoio dos cidadãos para a construção de uma cidade do futuro e destaca: “não há serviço público que dê conta da falta de civilidade e consciência com o despejo e acúmulo de lixo em áreas proibidas.”