O momento de alegria e felicidade do casal Patrick Ramos Alves, 26 anos, e Amanda Baggio de Resende, 21, se transformou em angústia, estresse e medo. Patrick acompanhou a esposa durante a internação no hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, entre o trabalho de parto e o nascimento do primeiro filho do casal.
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Após o nascimento, ele pediu para sair do local pra comprar algo pra comer. Os enfermeiros liberaram a saída, mas não permitiram o retorno dele ao quarto. Uma confusão com os seguranças ...
Após o nascimento, ele pediu para sair do local pra comprar algo pra comer. Os enfermeiros liberaram a saída, mas não permitiram o retorno dele ao quarto. Uma confusão com os seguranças teve início e a polícia Militar foi acionada.
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Patrick conta que ele e a esposa procuraram o Marieta na terça-feira de manhã, já que ela sentia contrações e estava com quatro dedos de dilatação. Os médicos analisaram a situação e mandaram o casal de volta pra casa.
Como a mulher seguiu sentindo dores, o casal voltou pro Marieta na noite de terça. Na madrugada de quarta, o primeiro filho do casal nasceu. “Desde então estou aqui com ela, sem sair nem para comer. Hoje [quinta-feira], ao meio-dia, fui na entrada do Marieta me informar se eu poderia sair rapidinho para almoçar. A portaria me informou que poderia sair e voltar normalmente”, contou.
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Mesmo estando com o adesivo de acompanhante no peito, uma enfermeira negou o retorno de Patrick ao quarto. “Minha mulher só tem eu de parente aqui em Itajaí, a família dela é de Blumenau. Eu disse que não ia deixá-la sozinha. A porta abriu e eu subi. Dois minutos depois vieram três seguranças pra me agredir, tentando me obrigar a sair do hospital”, contou.
Patrick começou a filmar a cena e, segundo ele, o segurança disse que iria quebrar o celular. “Me chamaram pra brigar, pra perder a razão, mas eu fiquei na minha. Minha mulher estava desesperada, cheia de pontos, correndo risco de ter complicações, vendo três seguranças querendo bater no marido”, conta.
A direção do hospital chegou a chamar a polícia Militar pra resolver a situação. O denunciante diz que os PMs foram bastante compreensivos e que ele permaneceu no hospital. Patrick promete processar o Marieta pelo constrangimento que sofreu. “Nada justifica o que eles fizeram. Querem te obrigar a comer no restaurante do hospital, além de querer tirar meu direito de pai de ficar com a minha mulher e meu filho”, critica.
Desrespeito às regras
Segundo a direção do Marieta, todos os pacientes internados têm direito à alimentação, bem como seus acompanhantes. “O acompanhante em questão foi impedido na recepção de entrar porque estava fora do horário de visitação. E embora uma equipe estivesse contatando a assistente social interna pra buscar uma solução, ele se exaltou, invadiu o hospital e, pelo protocolo, os recepcionistas acionaram a vigilância”, informou a direção do hospital.
A PM, segundo a direção do Marieta, foi acionada pra registrar o caso. “O hospital inclusive tomará as medidas judiciais cabíveis diante das atitudes desproporcionais e agressivas desse acompanhante contra os funcionários. O Marieta possui dezenas de pacientes internados, com regras de horários e de prevenção à covid-19, de modo que não é possível trânsito livre na entrada da instituição”, finalizou o hospital.