Registro civil

SC tem recorde de mortes em 2021

Nunca morreu tanta gente nos primeiros seis meses de um ano. Número é quase 90% maior que a média histórica de óbitos no estado

Na região da Amfri, foram 2926 mortes entre janeiro e junho
(Foto: João Batista/Arquivo)
Na região da Amfri, foram 2926 mortes entre janeiro e junho (Foto: João Batista/Arquivo)

O registro de óbitos pelos cartórios de Santa Catarina no primeiro semestre de 2021 atingiu um recorde histórico para o período. Conforme dados da associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), nunca morreu tanta gente nos primeiros seis meses de um ano desde 2003, quando começou o levantamento das estatísticas dos cartórios catarinenses.

Em números absolutos, foram registrados 32.529 óbitos até o final do mês de junho. O total, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 89,8% maior que a média histórica de óbitos no estado, e 59,9% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já presente em quatro meses do primeiro semestre em Santa Catarina.

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Na região da Amfri, conforme dados do portal da Transparência do Registro Civil, foram registradas 2926 mortes entre janeiro e junho. Mais da metade dos casos está concentrada em Itajaí, com 1039 óbitos, e em Balneário Camboriú, com 624 registros.

Em Itajaí, os números representam 76% das 1361 mortes registradas o ano inteiro em 2019. Em Balneário, o total chega a 72% dos 862 casos registrados em 2019.

Em relação a 2020, primeiro ano marcado pela pandemia, os registros de mortes nas cidades também já representam mais da metade dos casos do ano passado, indicando que o total de óbitos ao fim de 2021 poderá chegar perto ou mesmo passar a marca de 2020. No ano passado, foram 1599  mortes registradas em Itajaí e outras 981 em Balneário.

Tempo real

O portal de registro civil é abastecido com dados em tempo real juntados pelos cartórios do país e cruzados dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, feito pelo IBGE.

Em números absolutos, os cartórios catarinenses registraram 32.529 óbitos até o final do mês de junho.

O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 89,8% maior que a média histórica de óbitos no estado, e 59,9% maior que os ocorridos em 2020, com a pandemia já instalada em Santa Catarina.

Em relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 60,9%.

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Por outro lado, nunca houve tão poucos nascimentos no período nesse ano, resultando na menor diferença já vista entre os registros de nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano. De acordo com a associação dos registradores, a pandemia da covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas de registros civis na população brasileira.

“Além das mais de 17 mil vítimas fatais atingidas pela doença no Estado, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos cartórios de Registro Civil em Santa Catarina em 2003”, informa.

 

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Após queda, número de casamentos indica recuperação

Embora não seja a regra, a série histórica do registro civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade em Santa Catarina, o que deve auxiliar na recuperação dos nascimentos no estado.

No primeiro semestre de 2021, o país registrou o quarto menor número de casamentos nos últimos 10 anos. Em Santa Catarina, os números do primeiro semestre de 2021 já são 4% maiores que a média histórica de casamentos catarinenses, mostrando uma recuperação em relação às uniões de 2020.

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As celebrações de casamentos no ano passado foram fortemente impactadas pela pandemia, provocando o adiamento de cerimônias civis em razão das restrições de eventos. Até junho deste ano, os cartórios celebraram 13.446 casamentos civis, número 33,4% maior que os 10.076 matrimônios feitos em 2020, mas ainda 7,4% menor que os 14.527 casamentos celebrados em 2019.

 

Covid é a causa de um terço das mortes

Segundo o portal da Transparência, foram 964.190 registros de óbitos no Brasil no primeiro semestre. De acordo com o ministério da Saúde, um terço do total até 1º de julho – 314.036– é de mortes por covid. Em 2020, o índice foi de 13,6%, confirmando que o início de 2021 foi o período mais letal da pandemia no país, com o pico dos óbitos em março.

A relação do total de mortes com a covid pode ser ainda maior. Isso porque os registros de óbitos pelos cartórios não levam em conta as mortes causadas por outras doenças que podem ser associadas ao agravamento da covid-19. Entre elas está a síndrome respiratória aguda grave, que matou quase 17 mil pessoas em 2020, contra apenas 1512 casos em 2019.

Outra análise é entre os registros de mortes e nascimentos. A diferença entre o maior número de óbitos da histórica em um primeiro semestre contra o menor número de nascimentos da série histórica no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no estado. Segundo a associação, isso aproxima como nunca o número de nascimentos do de óbitos.

Os dados históricos mostram que a diferença entre nascimentos e mortes sempre esteve na média de 29.594 mil nascimentos a mais. Essa diferença caiu para 17.849 mil em 2021, uma redução de 39,7% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 43%, e em relação a 2019, foi de 44,8%.

Santa Catarina registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde 2015. Até o final do mês de junho foram registrados 50.378 nascimentos no estado. Com relação a 2019, os nascimentos tiveram queda de 4,22%. “Com esses números, os gestores públicos podem mensurar o impacto da pandemia na sociedade e, a partir dele, planejar novas ações”, comenta o Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil.

 

 






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