Itajaí do rio e do mar
Empresas dos setores náutico e naval reforçam economia
Cidade virou sede de estaleiros e de uma marina
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]




Itajaí está no topo da produção das indústrias náutica e naval. O município sedia estaleiros especializados na fabricação de lanchas, iates, embarcações pesqueiras, de serviços, off shore, apoio marítimo, esportivas e caminha para dar início à construção de embarcações bélicas. A retomada da vocação náutica do município, alavancada pela inclusão da cidade no roteiro da maior regata de volta ao mundo do planeta desde 2012, a The Ocean Race, fazem a indústria náutica ser um dos destaques da economia local.
A contratação do Estaleiro Oceana, para a construção de quatro corvetas para a Marinha do Brasil - com investimentos de US$ 1,6 bilhão -, consiste numa oportunidade para Itajaí retomar a construção de grandes embarcações. O material deve chegar em dezembro e o início das obras está previsto para o primeiro semestre do ano que vem. De acordo com o prefeito Volnei Morastoni, Itajaí tem mão de obra treinada, o que se torna um ativo importante dos estaleiros na busca por novos negócios. “Além desse know-how, há toda uma cadeia para atender a demanda dos estaleiros”. Expertise que, segundo Morastoni, foi decisiva para o Grupo Azimut Benetti escolher Itajaí para instalar, em 2010, sua única planta fabril fora da Itália.
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Crescimento
Desde então, mais de 350 embarcações já foram produzidas em solo brasileiro, o que reflete numa série de outros setores econômicos. “O grupo percebeu a maturidade do município em termos de desenvolvimento náutico com a vinda de fornecedores do setor, de outros estaleiros, e de eventos mundiais e marinas”, destaca Francesco Caputo, diretor comercial da Azimut Yachts. A unidade brasileira da Azimut registrou um aumento de 25% no valor de produção em 2020 e as projeções seguem otimistas, por meio da confirmação de novos modelos ao Brasil e investimentos em infraestrutura fabril e tecnologia.
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Além da Azimut, outras fabricantes de embarcações de lazer e empresas ligadas ao setor náutico driblam a crise e seguem fortes no mercado. “A excelente posição geográfica aliada aos investimentos na cidade e no setor náutico fazem com que os últimos sete anos tenham sido de bons reflexos em toda a cadeia náutica”, confirma Roberto Deschamps, diretor da Catarina Náutica. O resultado dá conta de um crescimento acima de 20% nas vendas da Catarina Náutica no ano de 2020, além da procura crescente de produtos de esporte e lazer.
“A náutica cresceu muito nos últimos anos no Brasil e no estado e, hoje, Itajaí comporta a demanda dos grandes estaleiros que aqui se instalaram e de outros que planejam entrar no mercado itajaiense ou ampliar suas produções”, reforça o diretor da Marina Itajaí, Carlos Oliveira. O executivo destaca ainda que o município está consolidado como o principal polo náutico catarinense e amplia, cada vez mais, sua presença no cenário nacional.