3ª ONDA DE COVID

SC prevê semanas “muito ruins”

Secretário estadual de Saúde, André Motta Ribeiro, alerta para o agravamento da pandemia com a chegada do frio

Governo planeja ampliação de UTIs mas não fala em novas restrições contra avanço da doença (Foto: João Batista)
Governo planeja ampliação de UTIs mas não fala em novas restrições contra avanço da doença (Foto: João Batista)
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As próximas semanas serão de “momentos muito ruins” devido ao agravamento da pandemia em Santa Catarina, segundo afirmou o secretário Estadual de Saúde, André Motta Ribeiro, na segunda-feira. A avaliação foi dada a partir da projeção de uma “terceira onda” de covid-19 no estado, principalmente com a chegada do frio.

“Nós iremos enfrentar momentos muito ruins nas próximas semanas, com aumento já percebido do número de casos que já estão se refletindo na ocupação de leitos de UTI Covid”, declarou o secretário em reunião com gestores municipais de saúde. Foi nesse encontro que o estado decidiu pela antecipação da vacinação para profissionais da educação, inicialmente prevista a partir da semana que vem.

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De acordo com André Motta, existe uma expectativa de aceleração dos casos e a chegada de uma próxima onda de coronavírus. “Nós precisamos mais do que nunca manter as estruturas que estão vigentes para dar a estrutura para as pessoas que possam vir a precisar [dos leitos de UTIs]”, comentou na reunião o secretário-adjunto, Alexandre Lencina Fagundes.

Ele informou que os comitês de crise regionais, que tinham sido desativados durante a troca de gestão com a vice-governadora Daniela Reinehr, diante do afastamento do governador Carlos Moisés, serão retomados. As atividades visam discutir a preparação para o aumento de casos no estado.

Entre as medidas está a ampliação da oferta de leitos de UTIs, tema que foi discutido em reunião na terça-feira com o tribunal de Contas do Estado (TCE) e o ministério Público. A abertura de novos leitos leva em conta a alta de casos ativos de covid. Entre o final de abril e início de maio, Santa Catarina tinha registrado a média de 15 mil novos casos por semana. Agora, a média subiu acima dos 18 mil casos semanais.

A taxa de ocupação das UTIs no estado é de 95%, com 22 pacientes esperando por transferência. Na região da Amfri, a lotação também segue alta, com taxa de 96% até a noite de terça-feira. O centro Municipal de Covid, em Balneário Camboriú, estava com os 30 leitos ocupados. Em Itajaí, o hospital Marieta Konder Bornhausen, fechou a terça-feira com 94% de ocupação, restando cinco leitos vagos pra covid-19.

Contágio em reaceleração

A preocupação do estado está retratada no boletim da UFSC que monitora o avanço da pandemia em Santa Catarina. O relatório dessa semana aponta média semanal de casos 19% maior que a registrada no final de abril. Na última semana foram 19.105 novos infectados e 391 novos óbitos, deixando o estado no 2º lugar nacional quanto ao registro de casos da doença a cada 100 mil habitantes.

A alta de casos ativos na região da foz do Rio Itajaí na última semana foi maior que a taxa estadual, com crescimento de 21%. Até terça-feira, em Itajaí, eram 1151 pessoas se tratando da doença, enquanto Balneário somava outras 270 ainda em recuperação. A média de mortes no estado, que sofreu queda no início do mês, também voltou a subir na semana passada, com alta de 10% em relação à semana anterior, mantendo o patamar de 56 óbitos por dia.

O relatório aponta tendência de reaceleração no número de casos e mortes, recomendando medidas restritivas pra achatar a curva de contágio. “O patamar de contaminação da população catarinense continua elevado e a dinâmica atual da doença ainda exige medidas sanitárias rigorosas para que a pandemia possa ser efetivamente controlada”, conclui o boletim.

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Controle baseado na ocupação das UTIs favorece mais contágio, alerta pesquisador

Pesquisador avalia que estratégia baseada em ocupação das UTIs favorece o contágio

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Na reunião com os gestores de saúde, o governo do estado não abordou possíveis novas restrições. A preparação do estado pra nova onda de covid tem foco na ampliação do atendimento hospitalar. A estratégia de controlar a pandemia com base na ocupação de leitos de UTI, segundo o pesquisador e doutor em microbiologia, Átila Iamarino, não é a mais adequada.

Conforme avalia, isso pode gerar muito mais casos de covid na medida em que a vacinação avança pra os grupos prioritários. Ele explica que, com mais pessoas imunes pela vacinação, a proporção dos infectados que precisam de leito e hospitalização diminui, sendo necessário um maior número de doentes pra encher as UTIs. E é aí que ele faz o alerta.

“Conforme mais brasileiros são vacinados, quem gere abertura e fechamento de acordo com o uso de leitos de UTI vai deixar acontecer mais e mais casos até os leitos encherem”, avalia o pesquisador, em vídeo divulgado sobre o andamento da vacinação no país.

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De acordo com o pesquisador, a gestão baseada nos leitos coloca quem não deve ser imunizado tão cedo, como jovens e crianças, numa situação de maior risco de contrair a doença, mesmo que ocorram menos mortes nessa faixa etária. Essa situação já é apontada em estudo recente da Fiocruz. O boletim da instituição mostra que, pela primeira vez no Brasil, mais da metade dos internados em UTIs no país tem menos de 60 anos. O aumento da internação de pessoas mais jovens reduziu a taxa de mortalidade nos hospitais, embora a letalidade ainda siga em patamar alto.

 

Mais UTIs e vacinas

A secretaria Estadual de Saúde encerrou ontem o prazo pra mapeamento dos hospitais que poderão ampliar os leitos de UTI, em preparação pra nova onda da doença. Os equipamentos e remédios pra abertura dos leitos seriam fornecidos pelo estado, que também buscaria o custeio da estrutura e de novas contratações junto ao governo federal.

A ampliação foi discutida pelo secretário André Motta com técnicos do ministério da Saúde, TCE, MP e entidades de saúde. Com apoio da rede privada, o governo ainda busca atender as 97 mil cirurgias eletivas que estão represadas. Hoje e amanhã, o secretário cumpre agenda em Brasília levando os pedidos do estado.

Uma das frentes de trabalho cobra o envio de mais vacinas. Membros do conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde quer remessas em maior quantidade e vai defender ações contra a pandemia. A entidade destaca que é preciso reforçar a rede pública para a chegada do inverno e o consequente aumento de casos de doenças respiratórias.

 

 

 

 






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