Atrações para o ano inteiro
Novos parques temáticos devem estimular a retomada do turismo
Anúncios de novos empreendimentos em Balneário Camboriú e Penha repercutiram no Brasil todo
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]














O anúncio de novos parques temáticos na região agitou o setor turístico nos últimos dias, num momento em que as cidades esperam pela retomada econômica no pós-pandemia. Outros projetos públicos ligados ao turismo também prometem ampliar as opções de lazer. Especialista ouvido pelo DIARINHO diz que os empreendimentos são importantes pra que as cidades da região não dependam só do verão e do mar.
O projeto de maior repercussão foi o do Multiparque, uma estrutura que vai abrigar parque temático, parque aquático, boulevard gastronômico, lojas e parque verde com trilhas, jardins e espaços de convivência em Balneário Camboriú. O empreendimento idealizado pelo empresário Júlio Tedesco, que faleceu nesse ano vítima de covid, foi apresentado oficialmente pelas gestoras do grupo, Patrícia Tedesco e Juliana Tedesco dos Santos, no final de abril.
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O Multiparque está em fase de conclusão dos projetos, com expectativa de as obras começarem após o licenciamento. A estrutura é prevista em área do antigo Water Play, na rodovia Interpraias, no Estaleirinho, já perto do acesso pra BR-101. O terreno soma 160 mil metros quadrados. Devem ser investidos cerca de R$ 150 milhões nas atrações, que incluem piscina com ondas, lagos e brinquedos diferenciados.
Além desse projeto, Balneário deve anunciar em breve outros dois parques. A prefeitura informa que está estimulando esse tipo de empreendimento por meio de um plano de incentivo pra implantação de parques urbanos e temáticos na cidade. O turismo de Balneário já ampliou a projeção nacional com atrações como a roda-gigante e o aquário. O mercado público no bairro da Barra é outro projeto no radar de novidades.
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Em Penha, a divulgação do Amazon Fun Park também chamou a atenção. O empreendimento de um grupo norte-americano prevê estrutura com parque temático, centro científico, complexo hoteleiro, centro de lojas e gastronomia, e espaços de esportes e eventos.
A estrutura ficará numa área de 120 mil metros quadrados, a sete minutos do Beto Carrero, mas, segundo a empresa, não concorreria com o tradicional parque temático por ser focada em atrações interativas e tecnológicas. Detalhes do projeto ainda serão apresentados em lançamento oficial.
A cidade também tem plano de uma marina com resort junto à foz do rio Iriri, na praia Alegre, mas o projeto não avança desde 2019. O investimento é de quase R$ 200 milhões, incluindo ainda piscinas, centros de eventos, lojas e gastronomia.
Itajaí tem proposta de parque ecológico no Canto do Morcego
Em Itajaí, a proposta pra implantação de um parque turístico na morraria do Canto do Morcego, entre a Praia Brava e Cabeçudas, ainda aguarda análise do instituto Itajaí Sustentável (Inis). O projeto divulgado no fim do ano passado prevê estrutura com mirantes, trilhas, pista de parapente, observatórios de aves, deques e um funicular, espécie de bondinho sobre trilhos que faria a travessia de Cabeçudas até o topo do morro.
Conforme o instituto ambiental, a região do Canto do Morcego está sendo avaliada para a implantação de uma área de proteção ambiental diferenciada. “Todos os projetos para o local deverão estar em conformidade com o plano de manejo a ser estabelecido para a área”, ressaltou em nota.
A morraria do Canto do Morcego integra a APA Orla de Itajaí, cuja criação é prevista em acordo judicial firmado pelo município com o ministério Público e ainda aguarda decreto municipal. “Propostas para aquele espaço serão avaliadas após a definição do trato a ser dado para o local”, informa o instituto.
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Atrativos precisam ser sustentáveis, diz especialista
O professor da Univali, Marcos Arnhold Junior, doutor em turismo e hotelaria, analisa que a chegada de novos equipamentos pode trazer impactos tanto positivos quanto negativos. Para otimizar os efeitos positivos, ele destaca que os projetos precisam estar alinhados com os preceitos da sustentabilidade turística.
Segundo o professor, as novas atrações vão contribuir com o desenvolvimento do setor, considerando um viés pra atividades que aproveitam os recursos naturais. “Além disso, podem ser importantes ferramentas de renovação do interesse dos turistas por nossa região”, diz, ressaltando que os empreendimentos ainda ajudarão na retomada na pós-pandemia.
Sobre uma possível ocupação exagerada nas cidades, Marcos afirma que os projetos podem ajudar na melhor organização das atividades, que não se concentrariam só no verão. “Equipamentos e serviços turísticos que não dependam exclusivamente do sol e do mar são importantes para que a demanda possa ser distribuída ao longo do ano”, avalia.
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Marcos entende que os projetos trazem alguns desafios, como a contratação de profissionais qualificados e impactos na mobilidade e infraestrutura. Ele explica que a demanda de pessoal é constante no setor, enquanto que a mobilidade é uma questão mundial. O especialista observa que os projetos devem prever os pontos críticos para que haja planejamento de soluções.
Por outro lado, a contribuição dos projetos tende a ir além do turismo. “O dinheiro que o turista traz acaba circulando nos demais setores também, permitindo mais emprego, renda e consequentemente mais impostos que retornarão como benefícios à população nativa”, observa.
Barra Velha e Piçarras na rota
Outros projetos estão em andamento na região. Em Barra Velha, a prefeitura busca recursos para a revitalização da lagoa, em proposta que contempla pista de skate, deques, espaço pra eventos, museu e esportes náuticos. Em Balneário Piçarras, o município faz parcerias pra viabilizar projetos de um moderno mercado público e um novo museu. Pela iniciativa privada, corre a construção de um píer turístico na barra do rio Piçarras. O projeto de R$ 40 milhões tem parecer favorável da prefeitura e está em fase de autorizações junto à Antaq e Marinha. Outra proposta é a criação de recifes artificiais em dois pontos da orla, incluindo área pra mergulho de contemplação. A ideia faz parte de um roteiro turístico integrado entre Penha, Piçarras e Barra Velha. Em Itapema, o município apresentou projeto do píer turístico da foz do rio Perequê. A construção será da iniciativa privada, que administrará via concessão. O empreendimento prevê vagas pra embarcações, espaços de lazer e centro comercial com bares, lojas e restaurantes.