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SC tem maior alta na produção industrial do país em março
Crescimento foi 36,5% em relação a março de 2020, quando a pandemia provocou tombo na indústria catarinense
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]

Apesar de ter recuado em relação a fevereiro, a produção industrial catarinense fechou março com um acréscimo de 36,5% no comparativo com o mesmo mês em 2020. O resultado coloca Santa Catarina com a maior alta entre 15 locais pesquisados pelo IBGE, com dados divulgados nessa semana. A recuperação impacta positivamente no porto de Itajaí, por onde passa cerca de 60% da produção do estado.
O desempenho catarinense ainda foi destaque na pesquisa por representar mais que o triplo do avanço no país, que teve média de crescimento de 11,9%. Na comparação entre o primeiro trimestre de 2020 e os primeiros três meses desse ano, Santa Catarina também foi bem, com crescimento de 9,2% para 17,8%, numa alta maior que a média nacional, de 5,2%.
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Conforme a secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, o resultado de março fez Santa Catarina subir três posições no ranking dos 14 estados mais industrializados do país, passando da sexta pra terceira colocação, atrás apenas de Pernambuco e Goiás. Em fevereiro, Santa Catarina havia ficado entre os nove estados com baixa na produção industrial, embora com queda abaixo da média nacional.
Em março, o estado se recuperou e, mesmo com o recuo de 1% em relação ao mês anterior, figurou entre as seis regiões que superaram o patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, liderando a alta nesse grupo, que conta com São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Amazonas e Pernambuco.
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Durante a pandemia, o estado registrou crescimento na produção industrial entre maio de 2020 e janeiro de 2021. O período de maior queda inclui justamente o primeiro mês da pandemia, em março do ano passado, quando a indústria catarinense sofreu tombo de mais de 18%. Considerando os últimos 12 meses, de março de 2020 a março de 2021, Santa Catarina só perde na taxa de crescimento para Pernambuco, com 0,9% contra 3,4%. No mesmo período, a produção nacional caiu 3,1%.
O resultado catarinense é puxado pelo crescimento no ramo de máquinas e equipamentos (127,8%), metalurgia (67,3%), veículos automotores, reboques e carrocerias (66,9%), artigos do vestuário (66,1%), produtos têxteis (53,0%), aparelhos e materiais elétricos (45,7%), produtos de borracha e de plástico (42,0%) e produtos de madeira (31,5%).
Reflexo positivo em Itajaí
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Itajaí, Thiago Morastoni, destaca que o balanço estadual reflete na cidade. Conforme observa, 57,9% de tudo o que é negociado por Santa Catarina em termos de comércio exterior passa pelo porto de Itajaí. “Podemos destacar os produtos têxteis, eletrônicos e madeira que, segundo o levantamento estadual, tiveram um bom desempenho”, comenta.
Thiago também considerou o impacto dos resultados na geração de empregos em Itajaí em 2021. “Nosso saldo nos primeiros três meses deste ano já é maior que o do ano passado inteiro, sendo que 2020 também fechou positivo”, disse. Entre janeiro e março, Itajaí somou 3.886 empregos com carteira assinada. “E a indústria é tradicionalmente um dos principais setores que mais emprega”, completou.
Segundo dados do Caged, só o setor industrial gerou 927 vagas no primeiro trimestre em Itajaí, superado apenas pelo setor de serviços, que registrou saldo de 2048 contratações. Em fevereiro, a cidade foi destaque estadual na criação de empregos, com 1.748 admissões em serviços, indústria, comércio e construção. Embora menor, o crescimento se manteve em março, com saldo de 1.256 vagas, entre os maiores do estado.
Serviço teve queda, mas pesquisa aponta recuperação
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A mesma pesquisa do IBGE, voltada pro setor de serviços, apontou retração de 3,4% em março no estado. A categoria, no entanto, tem acumulado saldo positivo no primeiro trimestre, com índice de 9,4%, maior que o mesmo período do ano passado. A queda do setor em março interrompe a alta registrada em janeiro e fevereiro, deixando o estado com o quarto pior resultado no país.
As empresas do setor estão entre as mais afetadas pela pandemia, com retração de 8% a nível nacional nos últimos 12 meses. Os impactos no estado, porém, têm sido menores. Entre março de 2020 e março de 2021, o volume de serviços do terceiro setor teve queda de 1,4%, o sexto melhor resultado no país.
O índice, apesar de negativo, aponta para uma recuperação do setor, que teve queda acumulada de 3,6% em janeiro, e 2,9% em fevereiro. Outro setor abordado na pesquisa mostra a situação enfrentada pelo turismo, com queda de 22,6% na movimentação turística entre janeiro e março, na comparação com o mesmo período de 2020.
Afetadas pela maior parte das restrições da pandemia, as atividades turísticas catarinenses despencaram em 35% entre março de 2020 e março desse ano. Ainda assim, foram as segundas menores entre 12 estados pesquisados. No país, a média foi de 42%.
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O levantamento do IBGE mostra que a retração no setor está diminuindo no estado, num ritmo melhor que o do país. Entre janeiro e março, o volume de atividades foi 22,6% menor que o primeiro trimestre de 2020. A redução acumulada na queda tinha sido de 26% em fevereiro, também melhor que o índice nacional.
Geração de empregos
Além do avanço no setor industrial, o governo do estado ressaltou que o saldo também é positivo nos empregos gerados em março em Santa Catarina. De acordo com o cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do ministério da Economia, o estado criou 20.729 novas vagas em março, sendo quase nove mil delas ligadas à indústria de transformação.
“Os números da produção industrial de Santa Catarina em março demonstram a força catarinense nesta retomada. Os números também explicam a geração de mais empregos no setor e fortalecem a economia do estado”, destacou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Luciano Buligon.
O aumento do trabalho formal em Santa Catarina foi de 0,93%, índice maior que os dos estados de São Paulo e Minas Gerais, que lideram a abertura de vagas no país. O estado aparece em terceiro lugar. De janeiro a março, Santa Catarina criou 86,8 mil postos de trabalho, o melhor saldo para o trimestre desde 2004. A alta no período foi de 4%, acima da média nacional, de 2,13%.
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