Números
Itajaí investe R$ 98 milhões no enfrentamento à pandemia
Foram R$ 78 milhões no ano passado e R$ 19,3 nos três primeiros meses deste ano
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O trabalho começou antes que fosse registrado o primeiro caso de coronavírus no município. Normativas da secretaria Municipal de Saúde de Itajaí para suas unidades deram início à quarentena [em atendimento a decreto do governo do Estado], foram instaladas barreiras sanitárias e montado o primeiro centro de triagem para receber casos suspeitos. Essa nova realidade fez também com que o município contratasse mais 600 profissionais da saúde, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos.
Os investimentos em programas de prevenção e atendimento somam R$ 97,3 milhões no período, sendo R$ 78 milhões no ano passado e R$ 19,3 nos três primeiros meses deste ano. Hoje o município conta com 231 leitos para pacientes de covid na rede pública de saúde, sendo 76 leitos em UTI, 24 leitos em semi-UTI e de estabilização e 131 leitos de enfermaria. O município também investiu na aquisição de equipamentos de proteção individual e insumos para atendimento de pacientes com coronavírus em suas unidades de saúde, equipamentos, adequação de estrutura física, medicamentos, entre outros itens cruciais no atendimento à população. Outra medida importante e de grande eficácia foi a ampliação da testagem. Foram realizados 123,3 mil testes até a primeira quinzena de abril de 2021, para uma população estimada de 223 mil habitantes (IBGE-2020).
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“Mesmo antes do primeiro caso na cidade, nossas forças de segurança já faziam a fiscalização nas ruas. Criamos novas estruturas para atendimento de saúde e ampliamos os leitos de UTI nos hospitais Marieta e Pequeno Anjo [referências para toda a região] por meio de parceria com os governos estadual e federal”, diz o prefeito Volnei Morastoni. Ele destaca que Itajaí é uma das cidades catarinenses que mais testou a população.

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Município mantém 111 leitos de UTI
Dos 231 leitos de covid disponíveis em Itajaí, praticamente a metade foi criada pelo município. A Unidade de Pronto Atendimento do Centro Integrado de Saúde ganhou 50 leitos de observação de longa permanência, 14 leitos de semi-UTI [cinco com respiradores]. O local dispõe ainda de seis leitos pediátricos, sendo um de estabilização e cinco de enfermaria. Desse total, 23 leitos foram criados em março passado.
Também entrou em funcionamento em 29 de março o Centro Municipal de Apoio à Covid-19, espaço criado junto ao Centreventos, com 37 leitos de observação de longa permanência e quatro de estabilização [semi-UTI]. Segundo a secretaria de Saúde, os leitos são totalmente equipados e o local conta ainda com um quadro multiprofissional terceirizado.
A regulação dos leitos é feita pelo município, e o Centro de Apoio a Covid-19 é custeado com recursos municipais. O local deve ficar ativo por 90 dias ou até que seja concluída a obra do Complexo Madre Teresa, anexa ao Hospital Marieta Konder Bornhausen. Neste complexo, o governo do Estado promete ativar pelo menos 40 leitos de UTI e 40 de enfermaria.
Além dos recursos utilizados na rede municipal, Itajaí amparou e repassou verbas e equipamentos para os hospitais Marieta e Infantil Pequeno Anjo. Os investimentos vão desde a implantação da Unidade de Atendimento Infantil, para crianças com outras patologias, até a ampliação de leitos de UTI-Covid [em 600% no Marieta e 500% no Pequeno Anjo]. Hoje, Itajaí conta com 70 leitos adultos de UTI no Hospital Marieta Konder Bornhausen e seis infantis no Hospital Pequeno Anjo.
“O Centreventos se transformou em uma base para o tratamento e a prevenção à doença. Primeiro com a oferta de tratamentos profiláticos e testagem rápida, depois, sediou as primeiras campanhas de vacinação com drive-thru e agora temos o Centro de Apoio à Covid-19”, diz o prefeito. Itajaí chega hoje a 111 leitos de enfermaria e semi-UTI para tratamento de pacientes com coronavírus, custeados pelo município.
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é esperada para os próximos meses. Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom
Vale tudo na prevenção e tratamento
“A pandemia não acabou e nós não descansamos em lutar pela saúde de nossos cidadãos”, diz Volnei Morastoni. O prefeito defende que as ações de Itajaí são vistas como referência nos contextos estadual e até nacional. No entanto, algumas ações não tiveram repercussão tão positiva.
Entre as medidas preventivas, ou de “profilaxia”, como denomina Morastoni, o município distribuiu 2,45 milhões de comprimidos de Ivermectina e tem ainda mais cerca de 300 mil comprimidos em estoque. A medicação custou R$ 4,4 milhões aos cofres públicos e não tem eficácia comprovada no tratamento da covid. “É importante ressaltar que todos os usuários são comunicados de que o medicamento não é uma cura, mas um tratamento preventivo e que deve ser acompanhado das demais medidas sanitárias”, informa o município por meio de nota.
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Itajaí também dispõe do polêmico medicamento Hidroxicloroquina, um fármaco usado na prevenção e tratamento de malária. Além de não ser indicado para a covid, a medicação é contraindicada pelos órgãos mundiais de saúde, devido aos graves efeitos colaterais. A secretaria da Saúde informa que o medicamento está disponível apenas se houver a indicação médica e que o profissional de saúde tem autonomia para indicar ou não o tratamento.
Outras ações polêmicas e questionadas são um tratamento homeopático a base de cânfora e o uso experimental do ozônio para a prevenção da covid. Além da falta de comprovação científica, a polêmica da ozonioterapia se deu porque o tratamento é feito por meio da injeção de ozônio por via anal. Embora controverso, o estudo [desenvolvido pela Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz)] teve continuidade e 335 pacientes foram atendidos, sendo que 35 seguem em tratamento e 244 pessoas já finalizaram o protocolo. Os resultados serão revelados somente após conclusão da pesquisa, por conta do sigilo, explica o município.
