praia de cabeçudas
Árvore decepada na pracinha causa polêmica
Moradora questiona a falta de fiscalização e de critério nas podas em Itajaí
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
U m sombreiro que já fazia parte do cenário da praça em frente ao hotel Marambaia, na praia de Cabeçudas, em Itajaí, sofreu uma “poda radical” no sábado passado, provocando a indignação de moradores do bairro.
O corte que decepou diversos galhos da árvore foi feito por uma equipe a serviço da Celesc. Durante o trabalho, o banco da praça ainda teve os encostos danificados e até esta quarta-feira não tinha sido arrumado pelos funcionários da Celesc. O estrago foi em função da queda de um dos galhos.
A contadora Luquin Wippel, de 50 anos, que mora perto da praça, mandou fotos feitas no dia do corte, denunciando a falta de critérios e de fiscalização. Ela chegou a questionar um dos trabalhadores, que respondeu que a “ordem era cortar mesmo”.
A moradora relata que os galhos estavam longe da fiação elétrica, que fica do outro lado da rua. Ela avalia que, mesmo se os galhos estivessem próximos, a poda deveria ser mais criteriosa.
O sombreiro era frondoso e mais de uma caçamba de galhos e folhas foi recolhida do local depois da poda. Luquin faz parte da associação de moradores e informa que nenhuma pessoa da vizinhança fez qualquer pedido de corte. “Não estava nem perto da fiação e não estava incomodando ninguém”, lamentou.
O instituto Itajaí Sustentável (Inis) informou que a Celesc tem autonomia estadual para realizar a poda de árvores. Além disso, segundo órgão, as árvores que foram cortadas em frente ao hotel Marambaia são exóticas e passíveis de corte.
Prevenção
O gerente regional da Celesc, Pedro Molleri, informou que as equipes estão fazendo “uma geral” nos bairros, verificando todos os motivos que levam às quedas de energia. E um desses serviços é a poda de árvores que ficam próximas à rede elétrica. Pedro destaca que Cabeçudas é um dos bairros que vem sofrendo com quedas de energia.
“Eu sei que ela é uma árvore bonita, mas são árvores que, com vento, com chuva, podem derrubar a rede da Celesc e podem estar deixando o pessoal sem energia”, justificou. As vistorias têm rolado também em outras cidades da região e toda árvore “perto da fiação” vira alvo de poda.
“São podas mais drásticas mesmo, pra que a vegetação demore a aparecer na fiação, pra que aquele motivo que podia estar ocasionando queda de energia fique um bom tempo sem causar essa queda de energia”, justifica.
Pedro se desculpou pelo estrago no banco, dizendo que pode ter quebrado na queda de um galho, o que às vezes acontece. Ele informou que um funcionário seria mandado ao local pra verificar e fazer o conserto.
Quedas de energia
O dono do hotel Marambaia, Guilherme Schmitt, confirmou que o bairro tem sofrido com quedas frequentes de energia. No domingo retrasado, dia 21, a luz chegou a cair 14 vezes. O problema afetou 1200 imóveis em Cabeçudas e na praia Brava. Ele relatou que a árvore podada na praça já tinha galhos perto da fiação. Há uma linha de fios que cruza a rua e vai até o outro poste na esquina da praça. Mas Guilherme avalia que o corte pareceu exagerado. “O problema foi a forma como fizeram. Poderiam ter podado menos”, comentou. Guilherme lembrou que durante o ciclone-bomba em 2020 um galho dessa mesma árvore quebrou e rompeu a fiação, que ficou largada no chão.
Morador reclama de corte na avenida Caninana
Um morador do bairro São João, em Itajaí, entrou em contato com o DIARINHO para denunciar que as últimas árvores da avenida Irineu Bornhausen, a popular Caninana, foram derrubadas no último mês.
As duas árvores ficavam ao lado do posto Delta e vieram abaixo no fim de semana de 21 de fevereiro. O morador conta que a solicitação foi de um comércio que estava sendo reformado. Ele supõe que o proprietário da loja tenha derrubado as árvores por estarem próximas da sua vitrine. Além do corte, o local ficou com restos de entulhos. A prefeitura se limitou a dizer que o corte foi autorizado pelo Instituto Itajaí Sustentável, o INIS.