Silvano Santos, pai de Daniel, conversou com o DIARINHO na tarde de terça-feira, ainda bastante abalado pela tragédia.

Silvano Santos, pai de Daniel, conversou com o DIARINHO na tarde de terça-feira, ainda bastante abalado pela tragédia.

Silvano contou que três clientes chegaram ao mercado, na rua 902 E, por volta das três da tarde, sem máscaras, para comprar cerveja. Daniel pediu várias vezes para que os três colocassem as máscaras ou se retirassem do mercadinho.

O uso de máscara em locais fechados é obrigatório e a falta pode ocasionar a cobrança de multa, segundo recente decreto estadual.

O pai contou que o filho ainda se dispôs a atender os clientes na porta do mercado, caso continuassem sem as máscaras, mas eles não aceitaram.

Após uma discussão, os homens saíram do mercado. Silvano conta que aconselhou o filho a chamar a polícia Militar, mas ele não quis. “Pelo menos, foram embora”, argumentou  Daniel ao pai.

Voltou armado

Horas mais tarde, por volta das sete da noite, um dos rapazes retornou ao mercado e  disparou três vezes contra Daniel. A mãe da vítima foi testemunha do assassinato.

Um dos disparos acertou Daniel no pescoço. Os bombeiros chegaram a socorrer a  vítima, que foi levada para o hospital municipal Santo Antônio. Daniel faleceu assim que deu entrada na ala de emergência.

O criminoso fugiu em um Fiat Uno modelo antigo. O acusado pelos disparos é um homem magro e alto, que ainda não foi localizado pela polícia.

O delegado Diogo Medeiros, de Itapema, está investigando o crime. Os familiares de Daniel prestaram depoimento à polícia Civil na tarde desta terça-feira.

O delegado confirmou que a motivação do crime foi a discussão pelo uso de máscara. O trio estaria bebendo, se aglomerando e fazendo algazarra em frente ao mercado durante toda a  tarde.

Menino de família

Nascido e criado em Itapema, Silvano comprou o mercado para a família administrar há cerca de dois anos. O filho Daniel tomou a frente do negócio e sempre se dedicou ao mercado da família.

O pai conta que Daniel não bebia, não fumava e nem usava drogas. Era um rapaz tranquilo, simpático e muito querido por todos, conta o pai. “Ele me levou ao banco esses dias, e eu achei que era para transferir uma conta. Mas, na verdade, ele fez uma surpresa e me deu um carro novo”, lembra o pai, muito emocionado.

Daniel era solteiro e não tinha filhos. Ele deixa os pais, quatro irmãos e vários amigos. Diante da tragédia que se abateu sobre a família Santos, o pai só faz um pedido público.  “A única coisa que eu quero é que encontrem esse bandido e façam justiça,” completa.