Criança faz cartinha pro Papai Noel pedindo ajuda para família que foi vítima de golpe
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

A situação difícil que a uma família da Murta, em Itajaí, está passando nesse período de pandemia motivou o pequeno Emanuel Trombetta Brandalizzi dos Santos, de nove anos, a fazer um pedido especial nesse Natal. Ele decidiu escrever uma cartinha para o Papai Noel, mas ao invés de brinquedos ou da sonhada bicicleta, o pedido foi por ajuda para que os pais possam colocar comida na mesa. Emanuel é o irmão mais velho de outros dois meninos: Eduardo, de sete anos, e Samuel, que completa seis no próximo dia 22, e se sentiu na obrigação de falar em nome dos irmãos mais novos. A atitude de Emanuel emocionou a mãe Silvane Trombetta, que decidiu compartilhar a história com o DIARINHO. Na cartinha escrita na última sexta-feira, a criança conta que os pais têm passado dificuldades depois que Silvane deixou de trabalhar para cuidar dos três filhos em casa. A família ainda foi vítima do golpe do aluguel. No texto escrito a mão e endereçado ao Papai Noel, a criança narra que muitas vezes os pais chegam a deixar de comer para alimentar os filhos. “Queria muito que alguém de bom coração e com condições melhores que as nossas pudesse nos ajudar. Não peço brinquedos, nem doces, só que tenha comida para todos porque as vezes meus pais deixam de comer para nós comermos e uma mesa que não temos”, escreve Emanuel. Silvane conta que não conseguiu segurar as lágrimas depois de ler a carta que o filho escreveu. “Na hora eu chorei, porque me senti impotente. Meu filho chegar ao ponto de pedir ajuda pra ter alimento pra ter um Natal feliz, me senti a pior mãe do mundo no momento. A gente falou com ele, pedi perdão por não poder dar o que ele teria que ter, mas ele disse que 'não por ele e pelos irmãos, mas por você, porque eu sei que não tem dinheiro, mas o Samuel não sabe, ele chora e você fica triste e não é tua culpa'”, descreve a mãe. Há dois anos morando em Itajaí, Silvane trabalhava com faxinas, mas teve que parar para cuidar das crianças em casa com as aulas suspensas. Desde então, ela e o marido tentam se virar para pagar o aluguel da casa que moram na Murta e colocar comida na mesa. O marido é autônomo e trabalha com reparação em lataria de veículos para um revendedor de carros usados. Nem sempre o dinheiro dá para as duas coisas. Para piorar a situação da família, eles foram vítimas de um golpe na tentativa de alugar outra casa. Com os atrasos de aluguel no começo da pandemia, eles foram ameaçados de despejo e decidiram achar outra casa. Pela internet eles encontraram um local que parecia ideal e foram induzidos a depositar um valor adiantado para garantir a locação. O marido pegou R$500 emprestados com um colega para fazer o depósito, mas só depois de realizar o pagamento que descobriu que se tratava de um golpe. Além das dificuldades do dia a dia, a família ainda está se virando para pagar o empréstimo. Enquanto aguarda a visita da Assistência Social do município após se inscrever na prefeitura, Silvane conta que o único auxílio que a família tem é o emergencial do governo federal, que também está próximo de terminar. “Enquanto eu trabalhava a situação não era fácil, mas dava pra honrar as dívidas e manter a casa. O Emanuel sempre fala que quando crescer vai me ajudar. Ele fez a carta e pediu pra pôr no Facebook, mas achei melhor enviar a vocês, do DIARINHO, que sei que vai chegar a alguém que possa ajudar e fazer o desejo dele”, conta a mãe. Além de alimentos, a família também precisa de roupas para as crianças e móveis, como roupeiro e uma mesa. Quem quiser ajudar ao Emanuel e sua família, pode entrar em contato com a mãe Silvane pelo telefone: (47) 99205-4662.