Skatistas denunciam agressão de GM em praça pública

Praticantes do esporte relatam “onda repressora” da guarda Municipal de BC

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praça Almirante Tamandaré, no centro de Balneário Camboriú, foi palco de uma cena que viralizou nas redes sociais nas últimas horas.  Skatistas denunciam que um garoto levou uma “voadeira” de um agente de segurança e sofreu um corte na cabeça causado pela agressão. A cena rolou na tarde de domingo.

O empresário e atleta Thaylon Longboard, 27 anos, presenciou a agressão ao colega skatista. Ele conta que estava com Willian Mateus, 18 anos, curtindo a praça, domingo à tarde. Os dois estavam sentados com seus skates próximos, já que a prefeitura colocou uma placa alertando que a praça é “área exclusiva para pedestres”.    Thaylon narra que ele e o amigo estavam sentados. “O guarda chegou na arrogância, começou a chutar o longboard [skate mais comprido]. Matheus não desacatou o GM, não falou nenhuma palavra que pudesse ofendê-lo”, afirma.

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Matheus teria avisado a Thaylon que ia dar uma volta de skate na ciclofaixa. “O meu amigo saiu pra dar um rolê na ciclovia, e saiu fazendo sinal pra mim e brincando. O guarda achou que era com ele, mandou cercar o meu amigo e já chegou dando uma voadeira nas costas. O garoto voou longe e ainda bateram com o cassetete nele,” denuncia Thaylon.

“Meu amigo perguntou porque ele estava batendo. O guarda falou pra calar a boca e questionou se ele não tinha medo de morrer”, continua. Matheus teve um corte na cabeça. Ele ainda teve que o skate apreendido pela guarda Municipal.

O empresário denunciou  a agressão no perfil do Instagram da sua marca de skate, a LDB Boards. O vídeo teve cerca de 1500 visualizações em cerca de 24 horas. Dezenas de pessoas marcaram o DIARINHO e outros meios de comunicação.  “A cultura de esporte de Balneário Camboriú está acabando. Os jovens não têm incentivo, não têm suporte. Não há projetos para formar atletas. Não temos apoio, e agora somos espancados por guardas municipais. Não podemos mais andar em lugares públicos. E o pior, a pessoa pode ser presa, não tem voz, ainda tem que pagar um valor absurdo para retirar os seus equipamentos apreendidos injustamente”, critica Thaylon.

Secretário diz que conduta será apurada

O secretário Municipal de Segurança Pública, Antonio Gabriel Castanheira, alegou ao DIARINHO que há muito desrespeito à proibição de uso de bicicleta e skate na praça. “A guarnição foi pra retirar o skate e ele não queria entregar. Ele acabou se machucando. O rapaz foi puxar, e bateu com a cabeça na viatura”, afirmou.

O secretário informou que a situação de suposto excesso de violência denunciada pelos skatistas será apurada pela corregedoria. “Vou solicitar as imagens das câmeras de monitoramento e vamos averiguar.  Se houve um possível exagero, será apurado na corregedoria”, informou.

Castanheira informou que esteve na praça 10 minutos antes do episódio acontecer e que flagrou vários desrespeitos. “Todo mundo tem que cumprir a lei.  Tenho tranquilidade que foi isso que ocorreu porque no período em que estive ali, acompanhei essa conscientização sendo feita pelos guardas”, justifica.

O secretário diz que é preciso ter uma mudança cultural para acabar com a “desordem” na praça. “Essa desordem aparece de várias maneiras: bicicletas, bebida alcoólica, skate, drogas, esse misto que traz uma imagem ruim. Pessoas andando de bicicleta em cima dos pedestres, correndo o risco de causar um acidente. A lei tem que ser cumprida pra que se evitem acidentes e se reestabeleça a ordem”, argumenta.

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Segundo o secretário, o uso de bicicletas na praça estaria ligado a traficantes de drogas que usam os menores para fazer a “correria do tráfico.”  Quem for pego dando rolê de bike ou skate na praça comete uma infração considerada média, com aplicação de multa e a medida administrativa com a apreensão do equipamento. Para recuperar o objeto apreendido só mediante a entrega do recibo do bem e ainda o pagamento de uma multa.

Praça Tamandaré faz parte da história do skate, rebate associação

Ramon Bagnara, 32, representante da Associação de Skate de Balneário, entende que, infelizmente, há muito preconceito em relação ao skate. Ele lamenta a proibição de uso dos skates na praça. “Vi algumas publicações nas redes sociais sobre a proibição. Ninguém nos procurou, mas se for verdade é muito triste, pois a praça faz parte da história do skate desde a década de 70. São 50 anos de história de prática do skate no local. Já ocorreram eventos nacionais na Tamandaré, tradicionalmente conhecidos até pelos moradores mais antigos”, relembra.

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Ramon destaca que o skate é um esporte olímpico e que oportuniza aos praticantes ficar menos tempo em frente ao televisor, computador, tablet e celular.

Ele elogia que a cidade criou novos espaços para a prática do esporte, como no bairro do Estaleirinho e o Tião Skate Park, na rua 10, mas diz que é preciso investir mais. “A verdade é que a prática do skate tem crescido de uma forma extraordinária nos últimos anos, não só aqui em Balneário, como no Brasil todo. E a cidade precisa buscar mais espaços para atender a demanda”, observa.

Mário Tetto, da fundação de Esportes municipal, não sabia da agressão e da polêmica nas redes sociais, mas diz que o caso deve ser esclarecido no âmbito da GM.

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