A partir da madrugada do próximo sábado, o navio Mandalay, que faz parte do serviço Brasex 2, começa a atracar no porto de Navegantes. Com destino à América Central e Caribe, a linha é do armador CMA CGM, que tem sede na França.
A rota será semanal, com única escala no sul do país através da Portonave. A rota compreende os portos de Kingston (Jamaica), Port of Spain (Trinidade e Tobago), Vitória, Santos, Navegantes, Vila do Conde, Caucedo (República Dominicana) e San Juan (Porto Rico).
O porto de Kingston tem função de hub port, com conexões para Ásia, Europa e América do Norte. O novo serviço contará com cinco navios dedicados.
As embarcações têm cerca de 189 metros de comprimento por 30,4 metros de largura e capacidade para 2300 TEUs, ou seja, para contêineres de 20 pés. Nesta linha, as principais cargas para exportação são madeira, alimentos e cerâmica. Para importação, as principais cargas são plásticos e derivados, como produtos químicos, alumínio e derivados.
O terminal de Navegantes passa a somar nove linhas que atendem cinco continentes. Além da nova CMA CGM com a linha GS1, UCLA; a Portonave tem serviços para a Ásia: ESA, Ipanema, SSA; para Europa: NWC, WMed e para os Estados Unidos com a USA1.
Crescimento acelerado
Nos 13 anos de operação, a Portonave manteve investimentos, mesmo em momentos de crise de saúde pública, como neste ano de 2020 marcado pela pandemia mundial da covid-19.
Em setembro passado, a Portonave adquiriu 25 novas Terminals Tractors – carretas reforçadas exclusivas para a movimentação de contêineres dentro do porto – e duas empilhadeiras movidas à bateria de lítio. O terminal investiu R$ 16,6 milhões na compra.
O terminal está operando com grandes navios desde a entrega da primeira fase da nova Bacia de Evolução do complexo portuário de Itajaí. Em maio, ocorreu a atracação do primeiro navio gigante – do armador Evergreen, o Ever Laurel, medindo 334,9 metros de comprimento e 45,8 metros de largura. Em junho, recebeu o maior navio que já navegou na Costa Brasileira, o APL Paris, de 347 metros.
Já são mais de 40 escalas de gigantes. “Isso nos deixa na mesma condição de outros grandes portos. Não temos limitação quando comparamos com outros portos e estamos avançados nesse tamanho de navios homologados. Não existem navios maiores que estes frequentando a costa brasileira,” pontua o superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas.
Castilho frisa a importância da segunda fase da bacia de evolução para o complexo seguir competitivo e alinhado com as tendências dos armadores mundiais. “A tendência dos armadores é de continuar crescendo. Nós precisamos ter condições de atender os navios de 400 metros, que é a perspectiva para os próximos anos. Temos condições de continuar crescendo, atendendo o atual tamanho dos navios, mas o segmento portuário precisa sempre estar se antecipando. Precisamos estar atualizados para nos antecipar a esse movimento dos armadores, para sermos sempre competitivos”, conclui Castilho.
A segunda fase da bacia de evolução está projetada e licenciada ambientalmente, mas não há data para o início das obras.
Há previsão de investimentos da União de aproximadamente R$ 250 milhões, previstos no Plano Plurianual (PPA do ministério da Infraestrutura), nos orçamentos de 2020 a 2023.