Itajaí
Idosa de Balneário deixa cesta de pães no portão de casa para quem tiver fome
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Fazer o bem sem olhar a quem, esse é o lema da jornalista aposentada Luiza Helena Borges Becker, 60 anos, que mantém diariamente uma cesta cheia de pães fresquinhos na frente de casa para alimentar moradores de rua ou quem estiver precisando. O sentimento espontâneo de ajudar o próximo surgiu quando Luiza descobriu que estava com uma neoplasia maligna. “Quando comecei meu tratamento do câncer eu parei e falei pra mim mesma que precisava doar e ajudar mais as pessoas, porque a vida inteira eu sempre tive tudo, e às vezes a gente é muito egoísta” analisa. A senhora começou inicialmente voluntariando no projeto do centro espírita que frequenta, levando frutas e comida todos os domingos. Até que certo dia, quando estava lendo o livro do codificador do espiritismo, Allan Kardec, se deparou com a história de que ele doava pão e leite na porta de casa para os necessitados. Surgiu então a ideia de fazer o mesmo, porém com a ajuda de uma cestinha que fica sempre pendurada no portão da fachada de sua casa. “Eu já vi pessoas pegando coisas da lata de lixo e comendo, então eu me sensibilizava muito. Assim, ao invés de precisarem pedir de forma constrangedora e desagradável, eles têm mais liberdade para pegar o que precisam e ir embora tranquilamente,” conta. Os próprios moradores de rua já se acostumaram com a iniciativa da moradora, e sempre passam por ali para pegar os pães. Todos os dias, desde 18 de junho deste ano, Luiza coloca os pães na cesta sempre às seis da manhã e às seis da tarde, e conta que geralmente todas as noites quando vai olhar já acabou tudo. “A minha intenção não é saber quem pega ou por que pega, não me importa, o meu coração é por ali na cestinha e poder ajudar pessoas que precisam.” explica. Enquanto contava sua história pra gente, vinha subindo pela rua aproximando-se da cestinha o morador de rua José Carlos, 82, que diz passar por ali todos os dias para pegar um pão fresquinho. “O que ela faz me ajuda muito, é uma pessoa muito boa de coração. Eu sempre passo aqui e quando não tem mais ela vai buscar lá dentro pra mim, eu só levo o que vou comer?” exalta José com um sorriso tímido no rosto. Quando questionada sobre a importância de realizar boas ações para o próximo ela comenta que todos temos a capacidade de fazer a diferença. “Cada um pensa de uma forma, mas o que eu sei é que em muitos lares acaba sobrando comida e cada um deveria fazer essa reflexão do quanto sobra e do quanto poderia ser distribuído aos semelhantes. Enquanto às vezes jogamos um pedaço de comida que sobra fora tem gente procurando na lata do lixo,” conclui.