Os dois policiais que agrediram o funcionário da Marina Iate Clube, em Balneário Camboriú, foram denunciados pelo ministério Público militar nesta segunda-feira. Os policiais militares Eduardo Massashi Kawabe e Waldomiro Patrial Neto foram denunciados pelo promotor Raul Rogério Rabello, pelos crimes de lesão corporal e falso testemunho, previstos no Código Penal Militar, e violência arbitrária, previsto no Código Penal. A vítima é M.A.V., 28 anos.
A agressão foi toda filmada por uma câmera de monitoramento. O trabalhador estava dirigindo uma SpaceFox pela rua Dom Henrique e fez menção de entrar no estacionamento da marina. Uma viatura ...
A agressão foi toda filmada por uma câmera de monitoramento. O trabalhador estava dirigindo uma SpaceFox pela rua Dom Henrique e fez menção de entrar no estacionamento da marina. Uma viatura da PM apareceu na rua e um policial ordenou que ele saísse do carro.
O marinheiro desceu com a mão no bolso e assim que o PM mandou, ele colocou a mão na cabeça. Sem oferecer qualquer resistência, ele pergunta o motivo da abordagem. O policial Kawabe responde com um soco no rosto do rapaz.
Colegas de trabalho contam que o marinheiro desmaiou e caiu no chão. As imagens mostram que o soldado Neto segurou o rapaz pelo moletom, enquanto Kawabe deu mais dois chutes, de coturno, no rosto da vítima. O mesmo policial ainda deu um terceiro chute no rosto da vítima.
O marinheiro ficou caído no meio da rua, enquanto os PMs revistam o carro dele. Nada de irregular foi encontrado e o homem agredido foi liberado pelos policiais militares.
Ele ficou com o rosto desfigurado e teve o celular quebrado na agressão. O Samu foi acionado e a vítima recebeu atendimento no hospital. O marinheiro denunciou o caso na corregedoria da PM e na polícia Civil.
Segundo o promotor, a guarnição da PM estava em rondas quando resolveu abordar o veículo da vítima, que ia para o trabalho. Os policiais teriam descido da viatura já apontando armas de fogo e agredido a vítima, sem que esta esboçasse qualquer resistência.
O promotor sustenta que os policiais teriam feito afirmação falsa ao lavrarem o termo circunstanciado. “Tentando justificar a conduta com o uso progressivo da força para obterem êxito na abordagem, para simular que houve resistência e desobediência da vítima, contrariando o conteúdo dos vídeos amplamente divulgados”, disse o MP.
A justiça militar ainda não recebeu a denúncia. Se a denúncia for aceita, os dois PMs viram réus na ação.