O sindicato dos Professores de Itajaí (Sinpro) informa que vai notificar a Univali por conta de mudanças que estão ocorrendo no regime de contratação dos professores.  Pro sindicato, as mudanças visam economia  e vão prejudicar os professores e a qualidade de ensino.  Já a Univali diz que estabeleceu o modelo de Retorno Híbrido para as atividades do segundo semestre de 2020, pelo menos até a autorização do retorno das aulas presenciais. 

A partir do segundo semestre de 2020, a Univali adotou um sistema que chama de flutuante para definir a carga horária do professor mediante o número de alunos matriculados.    Se não houver número de alunos mínimo que a universidade julgue suficiente, a instituição pode cancelar a disciplina. 

A flutuação das disciplinas, para o Sinpro, busca a redução de custos prejudicando professores e a qualidade do ensino. “Isto poderá levar um curso vendido na modalidade presencial, mas que será entregue na modalidade à distância”, afirma. 

O assessor jurídico do Sinpro, Prudente José Silveira Mello, entende que o empregador não pode mudar o regime de trabalho se resultar em prejuízos ao trabalhador.

“As mudanças precisam acontecer com a presença do sindicato ou em acordos individuais; mesmo assim, este último é muitas vezes entendido, em uma ação judicial, como um consentimento para o trabalhador não perder o emprego, podendo caracterizar assédio moral”, alega.    

Univali estabeleceu modelo hídrido

A Univali diz que estabeleceu o modelo de Retorno Híbrido para as atividades do segundo semestre de 2020. As disciplinas teóricas continuarão no modelo remoto até o final do semestre, exceto se autorizado o retorno das aulas presenciais.

Em nota, a universidade diz que o modelo de retorno e as diferentes metodologias de aprendizagem estão amparados no Parecer CNE/CP nº 11/2020, de 07/07/2020, assim como nos demais atos normativos do Ministério da Educação.

A universidade afirma que busca manter a qualidade do ensino por meio remoto até que a presença física em ambientes de aprendizagem – laboratórios, salas de aula e outros espaços de atividades práticas – permita, com segurança, a convivência presencial.

“Os docentes foram capacitados para estas novas metodologias, tendo sido envolvidos no processo para a elaboração e definição das melhores práticas que se adequam em suas disciplinas, o que será especificado, por eles, com orientação pedagógica, em seus respectivos planos de ensino”, alega a universidade.

A universidade justifica que  em razão dos efeitos econômicos da pandemia da covid 19, teve que se readequar à nova realidade de reduções do número de alunos e turmas e, consequente, do número de matrículas e créditos contratados. 

As disciplinas práticas, de laboratórios e de estágios, acontecerão tanto de forma remota como presencial, a partir da autorização dos órgãos governamentais. As aulas, quando presenciais, também serão gravadas e disponibilizadas no ambiente virtual de aprendizagem, caso algum acadêmico esteja impossibilitado de participar presencialmente.

Nas disciplinas remotas, o professor adotará metodologia presencial aplicada em ambiente virtual, com atividades de estudos e encontros semanais por webconferências. A carga horária da disciplina e atividades avaliativas devem ser as mesmas.

Nas disciplinas digitais, o professor empregará a metodologia EaD sem obrigatoriedade de frequência presencial e com atividades avaliativas que utilizam ferramentas, plataformas e composição de média específicas da EaD.

Nas disciplinas categorizadas como Mentoria de Aprendizagem (MAp), o docente usará a metodologia flexível, que combina ensino à distância com presencial, com 1/3 de encontros presenciais (quando autorizados pelos órgãos governamentais) ou digitais síncronos, e 2/3 de atividades assíncronas no ambiente virtual de aprendizagem.

As orientações dos Trabalhos de Conclusão de Curso serão à distância, com a utilização de ferramentas de comunicação como e-mail, serviços de mensagem, compartilhamento de arquivo na nuvem, e também serviços de conferência via Web de livre acesso.