Segundo Almir César Vieira, presidente do conselho Deliberativo, Abelardo passou um cheque pessoal para pagamento de despesas do clube durante a sua gestão, que foi de 2009 a 2012.
Ele não teria recebido o valor de volta. Em 2016, Abelardo entrou na justiça exigindo o pagamento ao clube. “O juiz deu ganho de causa e mais recentemente ele solicitou a penhora do aluguel das salas”, explica.
Almir diz que o clube não discute o direito do ex-presidente em relação ao valor. “Porém, se foi empréstimo para o clube, esse empréstimo deveria ter passado pelo conselho deliberativo e nunca passou, mas ele teve ganho na justiça em relação a isso. Nós não contestamos. Atualmente a diretoria vem pagando os débitos que ficaram pra trás, de antigos presidentes”, alega.
Entre as dívidas antigas do clube estariam R$ 1,2 milhão do período de gestão de Abelardo. “Isso causa uma certa revolta, porque entre essas dívidas do passado que o clube vem pagando, o jurídico encontrou várias dívidas consolidas do período do doutor Abelardo Lunardelli. A gestão dele deixou dívidas acima da R$ 1,2 milhão”, informou.
As dívidas seriam de passivo trabalhista com ex-jogadores, de falta de pagamento de FGTS e de INSS, entre outros.
Almir diz que nesta sexta-feira, Abelardo fez contato com o clube para discutir a decisão judicial e uma reunião entre as partes foi marcada para a próxima segunda-feira. “Espero que dessa reunião saia uma decisão favorável para o clube e para Abelardo”, finaliza.
Abelardo diz que também pagou dívidas de outras gestões
Em contato com o ex-presidente Abelardo, ele explicou que a dívida é fruto de um empréstimo na Unicred, em seu nome, para comprar um carro pro clube. O Marcílio chegou a pagar algumas parcelas do financiamento, mas depois não houve quitação e Abelardo prosseguiu fazendo o pagamento com dinheiro próprio bolso, com a garantia de que o carro estava em seu nome.
Só que na gestão do sucessor dele, o presidente Marlon Bendini pediu para Abelardo repassar o carro pro clube e que ele seria usado numa negociação. Abelardo passou o carro e o clube fez uma confissão de dívida no valor de R$ 40 mil. “Transferi o carro, fiquei sem garantia e o clube nunca me pagou,” explicou.
Em 2016, Abelardo entrou na justiça contra o Marcílio. Ele diz que na quinta-feira saiu uma indicação de penhora em seu favor, no valor de R$ 80 mil, que seria do aluguel do estacionamento do clube e não das salas comerciais. “Mas me parece que está em fase de manifestação do Marcílio Dias ainda”, falou à reportagem.
Abelardo diz que o caso veio à tona sem ele ter sido notificado da decisão judicial e que uma rádio da cidade fez acusações contra ele, sem lhe dar o direito de defesa. “Recebi ameaças de torcedores contra a minha pessoa e a minha família. As colocações foram feitas como se eu tivesse assaltando o clube, e isso não é verdade”, lamentou.
Sobre as dívidas da gestão que esteve à frente do clube, ele explicou que no futebol funciona dessa forma: cada gestão paga as dívidas de seus antecessores. “Quem está no futebol ou na administração sabe que essas coisas funcionam assim. O jogador não entra na justiça agora. Eu paguei dívidas dos meus antecessores. Isso não é assim só no Marcílio Dias, mas no Figueirense, Avaí etc”, conta.
Abelardo diz que pagou mais de R$ 1,2 milhão de dívidas dos antigos presidentes. Mas diz que nunca teve intenção de prejudicar o Marcílio Dias e sempre esteve aberto ao diálogo.