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O rápido discurso de pouco mais de quatro minutos da mensagem anual lido na Assembleia, em que, em momento algum, o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) referiu-se à Minirreforma da Previdência, não acrescentou informações pontuais sobre a estratégia da administração estadual para 2020, tampouco passou de apanhado de conquistas e do pedido da manutenção do bom relacionamento com o Legislativo.
Moisés teve um choque de realidade do que enfrentará no segundo ano de mandato, parte do funcionalismo em ebulição por conta da mudança de regras da aposentadoria e outra parte na pressão por reposição salarial, em meio a um ambiente que pode se tornar hostil entre os deputados, os mais suscetíveis ao garrote de mobilizações ruidosas, notadamente por conta de eleições municipais.
Quem foi à sessão especial ou acompanhou pela TV, esperava um aceno do governador, um chamamento para uma construção da reforma dentro dos parâmetros que prevê o que foi aprovado pelo Congresso.
Vaiado pelos servidores públicos e sindicalistas que lotavam as galerias e as áreas contíguas ao plenário, quando foi anunciado pelo presidente da casa, deputado Julio Garcia (PSD), mesma reação adotada quando chamada a vice-governadora Daniela Reinehr, o governador do Estado passou a perceber que o clima que encontrou no Palácio Barriga Verde não é o das ruas, mas pode ser contaminado se não revertido a maneira de se comunicar com a sociedade e fortalecer a base governista.
ÉRAMOS TRÊS!
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Antes mesmo da filiação oficial, com direito à festa e banda de música, no próximo dia 8, o deputado Ivan Naatz já posou ao lado dos colegas Maurício Eskudlark, Nilso Berlanda e Marcius Machado no plenário, no retorno dos trabalhos do Legislativo. E os quatro, que eram três, já pensam em formar uma bancada mais robusta, caso demore para sair do forno o registro da Aliança Pelo Brasil, e as punições que o PSL pretende encaminhar contra Jessé Lopes (já afastado das funções partidárias), Ana Carolina Campagnolo, Felipe Estevão e Sargento Lima (líder) deem justa causa para a troca de sigla sem o risco de perda do mandato. Seria a segunda maior bancada da Assembleia.
O calcanhar de Aquiles
Era evidente que a Minirreforma da Previdência já seria, por si só, suficiente para motivar reações do funcionalismo, o que os adversários de Moisés pretendem potencializar com a denúncia de crime de responsabilidade, acompanhado do pedido de impeachment, pela equiparação dos salários dos procuradores do Estado com os da Assembleia. Moisés, ao lado da vice, durante entrevista na sala de reuniões da presidência da Assembleia, após lida a mensagem anual, reafirmou o pedido de arquivamento por não ter cometido a falta grave e respeitado uma decisão judicial.
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Deve mudar
O entendimento dos deputados, da base ou não, é que o governo do Estado deveria ampliar o debate da Reforma da Previdência e abrir mão do regime de urgência. Um deles é o ainda líder do governo, deputado Maurício Eskudlark (PL), que já defendeu, até mesmo na CCJ, na manhã de terça (4), que seja mantido o benefício àqueles que não foram atingidos pelas reformas a partir de 2015 e que as mudanças valham a partir do que for aprovado em 2020.
O rombo
Para Moisés, é possível o debate regimental até este mês, em nome do combate de um rombo anual de mais de R$ 4 bilhões, com aportes mensais do Tesouro do Estado de R$ 300 milhões por mês para honrar os compromissos para aposentados e pensionistas. O governador afirmou, mais de uma vez, que esta reforma não será para a atual e a próxima administrações, e sim para o futuro, um compromisso com a saúde financeira do Estado e de responsabilidade com as contas públicas.
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Em defesa
Quem apoia o governador registrou que as vaias a ele e à vice, além dos gritos de “retira, retira” em relação à Reforma da Previdência, vieram de sindicalistas e servidores de esquerda, “os de sempre”. O argumento é baseado em pelo menos um fato: os aplausos ostensivos ao deputado Padre Pedro Baldissera (PT), quando foi chamado para compor a mesa que dirigia os trabalhos, na condição de 2º secretário do Legislativo.
Empurrãozão
Suplente de deputada e pré-candidatíssima à prefeitura de Itajaí, a tucana Anna Carolina ganhou um belo empurrão na corrida para ganhar mais projeção. A partir desta quinta (6), ela assume a cadeira do deputado Vicente Caropreso (PSDB) que se licencia por 60 dias e pode a vir ter mais de 60 dias se o deputado Marcos Vieira também praticar o gesto, uma solicitação da ala feminina tucana, que quer marcar presença em plenário e fazer história com a primeira integrante do PSDB a ocupar uma cadeira na Assembleia.
Boa iniciativa
O convite para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para dar explicações sobre os problemas ocorridos na correção e atribuição de notas do Enem, no próximo dia 11, foi um gol do senador Dário Berger (MDB), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte. O requerimento de autoria do senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) e subscrito pelo senador Fabiano Contarato (REDE-ES) pedia uma convocação, mas Dário disse que só será necessária caso o convite não seja atendido por Weintraub.
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