Itajaí
Três PMs presos por suspeita de envolvimento com assaltantes
Segundo a investigação, trio ajudou bandidos nos arrombamentos às agências do Banco de Brasil de Barra Velha e Piçarras
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Três policiais militares foram presos preventivamente por suspeita de envolvimento com uma quadrilha de caixeiros, que atacam bancos há dois anos nas cidades de Balneário Piçarras e Barra Velha. Entre os casos estão a tentativa de assalto ao banco do Brasil, em Barra Velha, em 5 de novembro, e o roubo ao banco do Brasil em Balneário Piçarras, no dia 16 do mesmo mês, quando dois suspeitos acabaram mortos pelo batalhão de Operações Especiais (Bope), além de um inocente morto por engano. Os soldados Osvaldo Osório Hainisch, 35 anos, e André Luiz Mittelztatt, 31, de Piçarras, e o sargento Márcio Luiz Lopes, 45, de Barra Velha, são acusados de terem dado cobertura para os criminosos. Eles teriam ofertado ajuda em troca de uma partilha da grana roubada, conforme o inquérito policial Militar, conduzido pelo 17º Batalhão de Joinville. Os policiais acusados combinariam os dias dos crimes com os bandidos, pra que ocorressem sempre no plantão do trio, pra evitar ou retardar a ação da polícia. Em março, o inquérito concluiu pelo afastamento dos policiais das funções operacionais, em razão dos “fortes indícios” de participação. Também foi dado parecer favorável pela abertura de processo disciplinar pela corregedoria da polícia Militar contra os policiais por infringir as normas da corporação. A investigação foi encaminhada à Justiça Militar que ordenou a prisão preventiva dos envolvidos. O processo corre em sigilo. A corregedoria do 17º BPM informou que o sargento Lopes foi preso na segunda-feira e está detido no batalhão de Joinville. Os outros dois soldados já estão presos no batalhão da PM de Itajaí. Durante os depoimentos, o sargento Lopes negou participação nos crimes. Já os dois soldados ficaram em silêncio durante o depoimento. Lopes trabalhava no Copom e demorou pra acionar colegas O inquérito militar apontou que os policiais atuavam pra dar cobertura aos bandidos.“A participação dos PMs se dá na cobertura da ação dos outros criminosos, possibilitando a execução de atividades delituosas. Assim, quando de serviço, os investigados em conluio com outros masculinos, e utilizando de sua função e equipamentos militares, monitoram a ação, permitindo seu acontecimento. Os investigados recebem parte do dinheiro, de acordo com as informações”, relata trecho do inquérito. Segundo a investigação, Lopes teria ajudado os bandidos na explosão do caixa eletrônico do Banco do Brasil, no centro de Barra Velha no dia 5 de novembro de 2017. Já Osvaldo e André teriam participado no arrombamento da agência do banco em Piçarras. Na ocorrência em Barra Velha, cinco bandido detonaram um dos caixas elletrônicos na madrugada de domingo. O bando chegou de carro, estourou a porta de vidro e colocou os explosivos. Eles fugiram antes da chegada da polícia. O carro usado na fuga foi achado às margens da BR-101. Conforme o inquérito militar, Lopes estava de serviço naquela madrugada, como operador do Copom. Ele teria retardado a chegada dos colegas, enviando uma viatura pra outro bairro, pra atender uma ocorrência falsa, bem no momento da explosão. “Leva-se a crer que a primeira ocorrência foi gerada para que a viatura se dirigisse para outro lado da cidade”, diz um trecho da investigação. O sargento também teria chamado viaturas de Joinville pra atender o roubo, deixando de chamar guarnições de São João do Itaperiú, mais próximas. No momento do roubo, as câmeras de monitoramento dão estavam em operação, mas o problema não foi relatado pelo sargento ao passar o serviço pro próximo plantão. Soldados deram apoio logístico a ataque em Piçarras Os soldados Osvaldo e André foram presos e acusados de envolvimento no arrombamento em Piçarras. No dia do crime, André estava de serviço na viatura e seria responsável por passar informações sobre a movimentação da polícia. Osvaldo tava de férias e teria participado da ação nos bastidores. A dupla prestaria apoio logístico, segundo a investigação. André faria uma ligação para quadrilha alertando quando a polícia estivesse a caminho. Já Osvaldo estava na ponte entre Penha e Piçarras e avisaria quando as viaturas passassem ali. Alex Marques, preso em flagrante após a tentativa de ataque, disse em depoimento que a ação só foi possível porque os dois policiais colaboraram com a quadrilha. Os soldados receberiam parte do “lucro”. A cobertura foi negociada num encontro com o criminoso Alvio Edson Chafado de Souza Junior, o Edinho, que fugiu, e Osni Helberton Magalhães, o Magrelo, morto durante a intervenção do Bope. Na ocasião, o grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) já vinha monitorando a quadrilha e uma operação preventiva foi montada. A agência foi arrombada por volta das três da madrugada. Os criminosos chegaram em vários veículos. Equipes do Bope foram chamadas e trocaram tiros com os caixeiros durante a perseguição. No confronto, além de dois suspeitos mortos, também foi baleado o açougueiro José Manoel Pereira, 45 anos, o Mozeca, que não tinha nada com o crime. Mozeca tava num Siena em frente a uma loja de conveniência com parentes quando rolou a intervenção da PM. Ao tentar fugir do fogo cruzado, foi confundido com um bandido e acabou baleado pelo Bope.
 
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