Uma das maiores tragédias da navegação envolvendo empresa e filhos de Itajaí foi sem dúvida alguma o naufrágio do navio mercante Maria Ramos no dia 21 de julho de 1984, quando perderam a vida 11 pessoas. O navio era de propriedade da NARSA – Navegação Antônio Ramos S.A – fazia a rota de cabotagem entre os portos do Rio Grande do Norte [Areia Branca] e Rio Grande do Sul [Rio Grande] carregado com 4800 toneladas de sal bruto e não teve estrutura para enfrentar o mar revolto no Sul do Estado, próximo ao litoral de Laguna, que apresentava ondas superiores a seis metros de altura. O navio e os corpos de alguns tripulantes não foram mais localizados, tornando seu naufrágio campo fértil para muitas especulações na comunidade catarinense.
O Maria Ramos era um navio de médio porte, utilizado apenas para navegação de cabotagem, viagens entre portos brasileiros. Tinha 80 metros de comprimento e 15,6 metros de largura. Seu porte bruto era ...
 
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O Maria Ramos era um navio de médio porte, utilizado apenas para navegação de cabotagem, viagens entre portos brasileiros. Tinha 80 metros de comprimento e 15,6 metros de largura. Seu porte bruto era de 5200 toneladas sendo carregado com 4800 toneladas de sal. “Sob condições de mar e vento adversas, com ondas de aproximadamente seis metros e ventos de sudoeste” inicialmente sofreu avarias na proa e no compartimento da moto-bomba, comprometendo em seguida o funcionamento do motor principal, ficando à deriva. Constatando que a estabilidade do navio estava completamente prejudicada o comandante pediu ajuda via rádio, sendo prontamente atendido pelo navio mercante Mansur Simão, em seguida autorizou a tripulação a abandonar a embarcação.
Três tripulantes não conseguiram alcançar as pequenas embarcações salva-vidas e faleceram no local, já que o navio afundou em menos de 15 minutos. Em uma baleeira ficaram quatro tripulantes que a transformaram em uma pequena embarcação à vela, permanecendo no mar aberto, à deriva, por cerca de 18 horas. Na balsa inflável ficaram recolhidos 16 tripulantes, mas seis deles ao tentarem subir a bordo do navio Mansur Simão, por terem suas pernas congeladas, acabaram caindo ao mar, sumindo das vistas dos companheiros. Também desapareceu no mar uma mulher que estava viajando clandestinamente no navio a partir do porto de Cabedelo – Paraíba – a convite do chefe de máquinas. Ao todo foram dados como mortos 10 tripulantes e a passageira clandestina, sendo que cinco corpos nunca foram encontrados.
[Fonte: Liberal do Vale – 03 de agosto de 1984, p. 08].