A alteração do nome de uma rua em Penha está dando pano para manga. Em novembro de 2016 um projeto da mesa diretora da câmara propôs que a rua São Paulo passasse a se chamar rua Domingos Manoel Corrêa. O projeto foi aprovado e a rua, que existe há 50 anos, teve o nome alterado. Agora, alguns moradores pedem que a rua volte a se chamar São Paulo, alegando que não foram consultados sobre a mudança.

O pastor Fábio Israel Gonçalves, 36 anos, diz que mora a vida inteira no mesmo endereço e que a alteração tem causado uma série de transtornos aos vizinhos, como a dificuldade para receberem correspondências e contas. “Disseram que tinham feito uma pesquisa na rua e os moradores permitiram a troca. Só que ninguém nunca foi consultado sobre isso,” alega.

Para o morador, o filho do homenageado, que também mora na rua, quer “mandar porque tem poder aquisitivo”. “Nessa rua já tem uma travessa com nome de outro parente dele. Estamos enfrentando uma grande luta. Ele quer ser o dono,” reclama.

Vereadores de olho

O vereador Isac Hamilton da Costa (PR) apresentou um novo projeto na câmara pedindo a revogação da alteração. Segundo ele, é preciso analisar com cautela os prós e contras da mudança.

Em uma reunião na semana passada entre moradores e vereadores, os bombeiros Voluntários contaram sobre a demora que tiveram para alterar todas as documentações e que voltar atrás “poderia ser um prejuízo”.

O filho de Domingos apresentou um abaixo-assinado com 16 assinaturas de vizinhos que concordam com a alteração – aproximadamente 59% dos moradores da rua. O projeto ainda está em análise nas comissões e não tem data para ser votado.

Vai lutar pelo nome do pai

Manoel Domingos Corrêa, conhecido como Nelo, filho do Domingos homenageado, afirma que a maioria dos moradores são favoráveis. Segundo ele, o vereador usou motivos “esdrúxulos” para convencer vizinhos de que a mudança geraria transtornos.

Segundo ele, não são os moradores que pedem a alteração, mas um único morador .

“Não sei por que esse morador começou a fazer um abaixo-assinado para reverter a lei. Só que esse abaixo-assinado nunca vai representar a maioria da rua, haja vista que a grande maioria são inclusive parentes meus”, explica.

Nelo afirma que o morador em questão procurou os vizinhos dizendo que eles teriam que pagar até R$ 3 mil pela atualização da escritura. “Isso não é verdadeiro, no caso de venda de imóvel quem paga a escritura é o comprador e a averbação custa R$ 190 para atualizar o nome da rua”, afirma.

Ele garante que para honrar a memória do pai vai lutar para que o nome da rua seja mantido como está.