Cerca de 150 pessoas, entre amigos e familiares, se despediram do adolescente Gabriel do Carmo Moreira, 15 anos, morto por policias militares na sexta-feira, no bairro Gravatá, em Navegantes. O velório e o enterro aconteceram no cemitério Parque Metropolitano.
Colegas do 7º ano da escola Ilka Müller de Melo saíram em procissão com suas bicicletas do grupo Águia Bike em direção ao cemitério. “Foi muito emocionante. As crianças que estudavam com ele estão ...
Colegas do 7º ano da escola Ilka Müller de Melo saíram em procissão com suas bicicletas do grupo Águia Bike em direção ao cemitério. “Foi muito emocionante. As crianças que estudavam com ele estão chocadas com a morte”, contou Antônio Amaro Neuwin, pescador e vizinho da família.
Antônio conta que Gabriel era um menino querido pela comunidade e era coroinha na igreja católica do bairro. “A manifestação dos amigos durante o enterro foi mais que um protesto, foi uma homenagem ao menino”, afirma.
Querem que PM
vá a júri popular
A advogada Marina Moritz informou que a família vai aguardar o final do inquérito policial para ingressar com um processo pedindo a responsabilização do Estado.
Segundo ela, o entendimento dos familiares é de que houve excesso na ação dos policiais. “As medidas judiciais serão tomadas, bem como acompanhamento do inquérito e demais ações judiciais para que o policial seja levado a júri popular pelo crime de homicídio doloso”, garante.
A advogada afirma que os áudios do pedido de ajuda do pai, solicitando a viatura para conter o filho, e o áudio pedindo ajuda porque o filho tinha sido morto pelo PM têm diferença de apenas 13 minutos.
Tragédia
O adolescente foi morto após uma discussão com a família. Ele saiu para a rua com uma faca nas mãos. Ele usava Gardenal para controlar e evitar as convulsões causadas pela epilepsia. Com a situação, o pai do adolescente chamou a PM.
Testemunhas relataram que os policiais chegaram ao local ordenando que Gabriel largasse a faca. Quando o garoto deu um passo atrás, começaram a atirar com balas de borracha.
Sem conseguirem contê-lo, atiraram diversas vezes com munição letal contra ele. Dois tiros acertaram a cabeça e outro no peito de Gabriel, que morreu no meio da rua.
Em nota oficial, a PM informou que o policial respeitou os protocolos de ação e o emprego da munição foi preciso, já que as balas de borracha não surtiram efeito. O delegado Rodrigo Coronha investiga a ação para saber se houve excessos da PM. sr n