Itajaí

BALNEÁRIO CAMBORIÚ EM ARCO-ÍRIS | Parada gay 
ocupa a Atlântica

Público fez a marcha da diversidade para protestar contra os preconceitos

Criatividade e bom humor são marcas do protesto
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Melissa Bergonsi, Especial para o DIARINHO Quase duas mil pessoas participaram na tarde de ontem da 5ª Parada da Diversidade de Balneário Camboriú. Garantido por uma ordem judicial, o evento começou às 14h com concentração na Barra Sul onde gays, lésbicas, transexuais, travestis, bissexuais e simpatizantes se reuniram com faixas, cartazes, muita purpurina e a tradicional bandeira com as cores do arco-íris, símbolo do orgulho LGBT. A marcha teve início por volta das 17h em um clima de festa, mas sem o tradicional trio-elétrico, o que não desanimou os participantes que fizeram o trajeto pela avenida Atlântica até a Praça Almirante Tamandaré cantando e entoando frases que pediam respeito e tolerância. “Não é a falta de apoio da prefeitura, nem a falta do carro de som que vai nos calar. Temos voz e temos vez”, disse o organizador do evento, Ricardo Medeiros. A marcha foi escoltada pela Guarda Municipal e também pela polícia Militar que fechou uma faixa para os participantes. A alegria, as cores e o coro formado por todos chamou a atenção das pessoas que aproveitavam o domingo ensolarado no calçadão de BC. Apesar de em muitas partes do trajeto a marcha tomar conta das duas pistas da Atlântica, tudo ocorreu num clima pacífico e de muita descontração. Quem fez questão de formar o pelotão de frente foi o coletivo Mães Pela Diversidade, um movimento nacional que chegou há dois anos em Balneário Camboriú. Hoje reúne cerca de 30 mães, avós e parentes de LGBTs. “Queremos mostrar que nós apoiamos nossos filhos e filhas e que estamos de braços abertos para outras pessoas que queiram nos procurar para falar sobre suas dificuldades. Podem buscar apoio para lidar com o assunto da maneira mais natural e saudável possível”, disse a gerente financeira Jocineia de Jesus. Ela se juntou ao coletivo quando descobriu que o filho Gustavo, hoje com 20 anos, é homossexual. “Eu digo que mãe sempre sabe, mas faz de conta que não. Hoje eu me cobro muito do quanto ele sofreu enquanto eu não tive coragem de enfrentar. A mim dói muito ainda pensar o quanto ele sofreu na escola, quantas vezes eu tive que buscá-lo porque estava passando mal e não queria mais ficar lá. Mas agora está tudo bem,” disse. Grupos se formam para dar apoio a gays e familiares Mães, pais, avós, irmãos e parentes que buscam apoio para entender e aceitar a sexualidade de seus filhos, possuem no coletivo Mães Pela Diversidade um ombro. Uma vez por mês, o grupo formado por 30 pessoas se reúne para um piquenique na areia da praia de Balneário, em frente à Praça Almirante Tamandaré. Ali, elas conversam e compartilham experiências. “Dia desses ajudamos um pai que descobriu que sua filha é lésbica. Ele saiu do interior de Santa Catarina porque sabia da nossa existência. O vimos no calçadão e o abordamos porque sabíamos que ele estava interessado. No fim das contas, ele chorou muito, desabafou e hoje vivem em harmonia com a filha”, contou Jucineia de Jesus, uma das mães que participa do grupo. Além delas, há também o coletivo Amigos e Tribos que há sete anos trabalha com o acolhimento da população LGBT em Balneário Camboriú tanto no atendimento jurídico, fruto de uma parceria com a Avantis, quanto com atendimento psicológico e ajuda em casos de violência. Segundo Otavio Zini, presidente da entidade, casos de agressão são comuns na região. “Geralmente as vítimas têm medo de fazer o boletim de ocorrência, até porque tivemos que brigar para que uma mulher trans fosse atendida pela Delegacia da Mulher. Mas temos conseguido alguns avanços como o atendimento mais humanizado nas delegacias”, disse. O grupo tem uma página no Facebok: Amigos & Tribos. Outra entidade que está nascendo em BC é o Instituto Semear Diversidade, que já existe em Brasília, São Paulo, Rio e Bahia e que trabalha no fortalecimento das políticas públicas e do envolvimento da comunidade com a defesa dos direitos LGBT. A presidente Ana Lodi, primeira mãe lésbica por uma reprodução assistida com doador anônimo do Brasil, está trazendo a idéia para BC. “Basta ver a falta de apoio do poder público. Temos muito o que avançar em Balneário”, analisa. O alto preço de viver numa sociedade preconceituosa Os irmãos gêmeos John e Arthur, nomes fictícios, tem 16 anos, moram com os pais em Itajaí, mas ainda vivem sem poder assumir a homossexualidade. A história deles é parecida com a da maioria do público LGBT que sofre com o preconceito familiar quando o assunto é uma opção sexual diferente da idealizada por pais e mães. “Nosso pai já chegou a dizer que se tivesse um filho gay bateria nele até que “voltasse” a ser hétero. Amamos nossos pais, mas nossa família é muito preconceituosa e temos medo”, diz um deles. Por isso, afirmam que só terão coragem de conversar sobre o assunto quando os dois saírem de casa para morar juntos. “É muito difícil porque sofremos preconceito na escola, xingamentos e nem podemos contar em casa os perigos que corremos por causa do preconceito”, relata. Rafael, de 17 anos, sabe o que é passar por esse momento. Há cerca de sete anos, o pai que é pastor evangélico, rompeu com ele e desde então não se vêem ou se falam. “Minha mãe me entende e me acolheu, mas o pai cortou os vínculos comigo. É triste porque a única coisa que queremos é poder amar, poder ser a gente mesmo, exercer nossa identidade”, explica. O jovem conta que as dificuldades com o pais e com os amigos de escola o levaram a uma depressão profunda há alguns anos. “Agora eu estou mais tranqüilo, mas sei que tenho que ficar atento com o preconceito porque já sofri agressão física na rua de um cara que me empurrou e me xingou”, conta. Julia, 17 anos, enfrentou a mãe e a avó em 2014 depois que sua irmã mais velha descobriu que ela namorava outra menina. “Ela contou e minha avó me colocou para fora de casa. Fui acolhida pela minha mãe e hoje todas nós moramos juntas. Minha avó ainda não aceita muito bem, mas eu tenho o apoio da minha mãe”. Segundo ela, viver de maneira transparente facilita algumas coisas, mas é tão difícil quanto quem ainda precisa esconder da família. “Eu e minha ex-namorada já fomos agredidas verbalmente em Itajaí quando andávamos de mãos dadas. Quem nos defendeu foi a mãe dela que colocou o cara para correr”, lembra.




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