Itajaí

GDC fica em Itajaí e cobra caro

Acordo pra multinacional de enlatados permanecer na cidade e aumentar parque fabril foi assinado na Espanha

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Está confirmado. A unidade da espanhola Gomes da Costa (GDC) vai ficar mesmo em Itajaí. E mais: a empresa vai concentrar por aqui todo um complexo, que será o maior parque fabril de enlatados do mundo. A decisão foi anunciada pelo prefeito Volnei Morastoni (PMDB), depois de assinar um protocolo de cooperação com a multinacional esta semana, lá na Espanha. Pelo acordo, não ficou especificado quantos novos postos de trabalho a GDC vai abrir em Itajaí. Mas ficou garantido que os atuais dois mil empregos diretos serão mantidos. A empresa ainda se compromete, em 10 anos, a investir cerca de R$ 1 bilhão no complexo fabril. De começo, a multinacional promete injetar R$ 200 milhões em investimentos para aumentar suas operações em terras peixeiras. “Queremos criar novos postos de trabalho e ter todas as nossas operações reunidas em um mesmo espaço. Apostamos no Brasil e apostamos em Itajaí, não queremos ir embora da cidade”, disse à comitiva itajaienses José Luis Calvo Pumpido, presidente do Grupo Calvo, dono da Gomes da Costa. Além da produção de alimentos enlatados, a GDC traria para Itajaí a fabricação das latas, o centro de distribuição e a fábrica de bioprodutos. Todos instalados num mesmo endereço. Isenções e benefícios Claro, que nada é de graça. Pra ficar em Itajaí e aumentar suas operações, os espanhóis ganharam uma série de benefícios. As isenções, de acordo com a prefeitura, são previstas em uma lei municipal, aprovada no ano de 2005, e que contempla grupos econômicos que abram indústrias ou que expandam suas operações na cidade. Pelo protocolo, ficou acertado que durante 10 anos a prefeitura vai isentar a GDC da maior parte dos tributos municipais. Somente o imposto Sobre Serviço (ISS) será pago, mesmo assim, pela metade. O restante, como o IPTU, as taxas e as licenças municipais serão gratuitas. Até o imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis, que é pago quando há alguma compra e venda de imóvel, a GDC ficará dispensada. A prefeitura fará o serviço de terraplanagem e preparação do terreno onde será levantado o complexo. A empresa já escolheu a área que vai comprar, no bairro da Paciência.A GDC pagará o combustível do maquinário e dos caminhões do município. A prefeitura também ficará responsável por abrir uma estrada até o local da nova fábrica, se for preciso, e pagar metade dos custos de pavimentação da rua. Também haverá oferta de professores pra formar trabalhadores capacitados, através da fundação Educação Profissional e Administração Pública de Itajaí (FEAPI). E a Itajaí Participações, que é uma empresa do governo municipal, acompanhará todo o processo dando assessoria para a implantação do complexo. “Investimentos podem chegar a 1 bilhão,” explica Volnei Morastoni DIARINHO - O senhor assinou um protocolo de intenções com o grupo da GDC Alimentos. O que isso significa em termos práticos para a economia de Itajaí? Prefeito Volnei - O Grupo da GDC, que tem hoje quatro plantas de produção na cidade, estava praticamente de malas prontas para ir embora de Itajaí. Há problemas de logística e de gestão com o fato de as fábricas estarem funcionando em endereços diferentes. A intenção do grupo é unificar as plantas num único parque fabril. Esse problema vem sendo relatado há alguns anos, mas eles não tinham recebido a devida atenção do governo municipal na gestão passada, no sentido de encontrar uma saída. Vários outros municípios haviam se oferecido para recebê-los, inclusive Piçarras. Desde a transição de governo, estamos tratando este assunto e tomando as providências necessárias para evitar a saída da empresa. A GDC é um das principais empregadoras de Itajaí, são mais de dois mil funcionários trabalhando na cidade. Apresentamos duas alternativas de locais possíveis para que seja abrigado esse novo parque fabril unificado. Chegou-se a cogitar uma área mais isolada no Distrito de Inovação, mas eles acabaram se decidindo por uma área no bairro da Paciência, onde já manifestaram a intenção de compra ao proprietário do terreno. DIARINHO - Há uma projeção das vagas de empregos que devem ser geradas nesse complexo fabril? Prefeito Volnei - Não se pode precisar ainda a quantidade exata de vagas de empregos. Mas a instalação do complexo pela empresa vai injetar investimentos na ordem de R$ 200 milhões em Itajaí. Isso inicialmente, pois nos próximos 10 anos pode-se chegar até a R$ 1 bilhão de reais em investimentos. DIARINHO - A prefeitura concedeu isenções de impostos ao grupo como forma de incentivo para que a empresa permaneça na cidade. Como o município recupera esses valores para os cofres públicos? Prefeito Volnei - Os incentivos oferecidos são os estabelecidos por uma lei municipal (do ano de 2005) que prevê que as empresas que se instalem ou se expandam em Itajaí podem receber benefícios que devem ser aprovados pelo Conselho de Desenvolvimento, que é quem dá essas autorizações. Para o município, é importante colaborar com a empresa pela importância na geração de empregos e de renda, sendo a GDC uma das principais empregadoras. Os percentuais de benefícios oferecidos serão discutidos de acordo com os investimentos efetivos, observando o bom senso das partes. A Itajaí Participações vai ser o braço do município a oferecer apoio para a instalação do parque fabril desde o início do projeto, com o apoio da secretaria de Desenvolvimento Econômico. DIARINHO - Alguma outra perspectiva de negócio surgiu nas demais reuniões com os empresários espanhóis? Prefeito Volnei - Estivemos em uma reunião da Câmara de Comércio Exterior da Espanha, na Casa do Brasil, em Madri, com um grupo de empresários espanhóis. Falamos dos braços da economia local: o porto, a pesca, a indústria naval, o polo de inovação e também o turismo. A iluminação pública foi um dos temas que pode vir a ser objeto de uma parceria público-privada, assim que aprovarmos na câmara de vereadores uma lei específica sobre esse tipo de parceria. A ideia seria substituir toda a iluminação pública atual da cidade, que é um mix de lâmpadas a vapor e a mercúrio, onde se perde em eficiência e custos. Essa foi a primeira possibilidade de negócio que surgiu. Apresentamos também a questão do turismo, pois queremos investimentos para a área no entorno do Centreventos. Queremos atrair investidores para desenvolver um polo turístico naquele local. Esses empresários espanhóis podem ser potenciais investidores.




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