Itajaí

Participação no Plebisul cai pela metade

Em Balneário Camboriú e Itajaí, cerca de 4,7 mil pessoas votaram na consulta

Um total de 97% dos eleitores de Itajaí e 96% de Balneário Camboriú, que participaram sábado da consulta popular para saber se o povão quer separar o sul do resto do país, votou Sim à proposta. Se você é contra a separação, não desanime. Se é favor, não comemore ainda. Em Balneário Camboriú e Itajaí votaram apenas 4,7 mil pessoas, praticamente a metade das 9,1 mil pessoas que no ano passado se dispuseram a participar do mesmo plesbicito informal. A consulta é organizada pelo movimento separatista O Sul é o Meu País e é chamada de Plebisul. Não tem qualquer validade oficial. O que aconteceu em Balneário Camboriú e em Itajaí também se repetiu no resultado geral das 1362 urnas colocadas em cerca de 900 cidades de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul: a participação caiu pela metade. Este ano, segundo o site do movimento, 346,6 mil pessoas participaram da consulta. No ano passado, foram 616,9 mil votos. Mesmo assim, os dirigentes do movimento comemoram. “O grande sinal positivo que teve nessa segunda consulta foi o fato de nós conseguirmos próximo de 300 mil assinaturas”, diz o administrador Paulo Mannes, que é de Itajaí e um dos dirigentes do movimento. Percentualmente, o resultado entre os dois anos foi parecido. Mais de 95% favorável à separação. O músico itajaiense Diego Hobus, 31 anos, passava sábado pela rua Hercílio Luz quando avistou uma barraquinha de votação. “Esbarrei em uma urna e resolvi votar. E votei não!”, faz questão de dizer. “Acho muita prepotência dessas pessoas, se acham melhores do que o resto do país; eu não acredito em muros acredito em união”, argumenta. Diego diz que achou estranho que por ter se manifestado seu “Não” na consulta, os mesários não quiseram saber de muito papo. Já quem disse que votou sim era convidado a assinar um documento com os dados pessoais. “Isso me deixou com uma pulga atrás da orelha”, comenta. O tal documento, na verdade, é um abaixo-assinado com um projeto de lei a ser enviado à assembleia legislativa. Os separatistas querem que os deputados aprovem um plebiscito oficial, feito pelo tribunal Regional Eleitoral, para saber se os moradores do sul querem ou não se separar do restante do país. “A lei pede 1% do eleitorado para o projeto ser avaliado. Num único dia atingimos isso”, disse Paulo Mannes, contente com o resultado. Segundo ainda Paulo, a intenção é conseguir um milhão de assinaturas no projeto até maio do ano que vem, antes de entregá-lo aos deputados. Em Itajaí, 14 urnas foram espalhadas pela cidade. Em Balneário foram oito. O que diz quem quer o país unido Para o economista e empresário Pedro Cascaes, um dos fomentadores do movimento O Brasil é o Meu País, nenhum dos argumentos dos separatistas se sustenta. A começar pela vantagem econômicas de sermos um grande país. “Somos mais de 200 milhões de consumidores sem barreiras, sem problemas de comunicação, com uma classe média enorme, emergente, ansiosa por consumir”, avalia. O argumento de que os recursos federais não chegam por aqui também não bate, segundo Pedro, que já foi presidente da confederação Nacional das Micros e Pequenas Empresas e hoje mora em Itapema. E dá exemplos: “Em valores absolutos, a região sul é a segunda no Brasil em volume bruto de financiamento do programa Minha Casa Minha Vida e o primeiro se considerarmos o cálculo per capita. As empresas do sul disputam com as empresas do sudeste a condição de maiores captadoras de recursos do BNDES, Banco do Brasil, CEF e se beneficiam altamente do BADESC e do BRDE”. O que diz quem defende a separação Para o administrador Paulo Mannes, da direção do movimento O Sul é o Meu País, uma das grandes vantagens da separação é a econômica. “Nós produzimos muito mais do que consumimos. Por isso, seríamos um país que já nasceria certo, um país de primeira linha”, acredita. E emenda: “Dá para nos comparar como a França, um país da Europa. Saltaríamos do terceiro mundo para o primeiro mundo”. Segundo ainda ele, as relações econômicas com outros países seria mais fácil. “O pessoal do sul tem uma tendência de centro direito e estamos muito abertos a importar e exportar e desenvolver tecnologia”. O outro argumento é de que os impostos, que hoje vão para o governo central, ficariam por aqui. “Nós, do sul, valemos, em termos de voto, 45% menos que a representação do Norte e Nordeste. O Requião, para ser senador, precisou 4 milhões de voto. Já o Sarney, pra ser senado, 150 mil”, compara.



WhatsAPP DIARINHO


Conteúdo Patrocinado



Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Clique aqui para fazer o seu cadastro.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.


Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






216.73.216.108


TV DIARINHO


A magia do Natal tomou conta de Balneário Camboriú na noite deste sábado com a abertura oficial do Viva ...



Especiais

Mudanças no texto não resolvem problemas do projeto, dizem especialistas

PL Antifacção

Mudanças no texto não resolvem problemas do projeto, dizem especialistas

Na sede da COP30, falta água e saneamento em bairros de maioria negra

Belém

Na sede da COP30, falta água e saneamento em bairros de maioria negra

Raoni desafia planos de Petrobras e Lula na COP30: “Não queremos petróleo na Amazônia”

EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

Raoni desafia planos de Petrobras e Lula na COP30: “Não queremos petróleo na Amazônia”

Obras bilionárias da COP30 revelam contradições entre progresso e precarização em Belém

COP30

Obras bilionárias da COP30 revelam contradições entre progresso e precarização em Belém

Aves infectadas com vírus teriam sido testadas pelos EUA como armas biológicas no Brasil

LABORATÓRIO

Aves infectadas com vírus teriam sido testadas pelos EUA como armas biológicas no Brasil



Blogs

Suplementação com Ômega 3

Blog da Ale Françoise

Suplementação com Ômega 3

Nossas igrejas fizeram aniversário

Blog do Magru

Nossas igrejas fizeram aniversário

O esporte se arrasta

Blog do JC

O esporte se arrasta



Diz aí

"A parceria com Santos acabou ficando pesada para nós"

Diz aí, João Paulo!

"A parceria com Santos acabou ficando pesada para nós"

"Você não pode ajudar quem já tem tudo, puxar o saco do poderoso - isso qualquer idiota faz"

Diz aí, Colombo

"Você não pode ajudar quem já tem tudo, puxar o saco do poderoso - isso qualquer idiota faz"

"O Metropol era o melhor time do estado. O Marcílio era o segundo"

Diz aí, Anacleto!

"O Metropol era o melhor time do estado. O Marcílio era o segundo"

"Tem que entregar. Ninguém está garantido nesse governo. Nem nós."

Diz aí, Rubens!

"Tem que entregar. Ninguém está garantido nesse governo. Nem nós."

“Acho que a atividade-fim tem que se manter 100% pública, que é a educação”

Diz aí, Níkolas!

“Acho que a atividade-fim tem que se manter 100% pública, que é a educação”



Hoje nas bancas

Capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.