A ssim como aconteceu ontem em várias cidades pelo país, em Balneário Camboriú os motoristas do Uber também foram às ruas manifestar indignação contra o Projeto de Lei (PL) do Senado Federal que pretende regulamentar o serviço de transporte por aplicativos de celular. Cerca de 100 motoristas fizeram uma carreata partindo da Barra Sul. Eles passaram pela avenida Atlântica até chegar à prefeitura. Representantes do grupo se reuniram com o prefeito Fabrício Oliveira (PSB) em busca de apoio para barrar o projeto. A manifestação foi convocada às pressas pelos motoristas depois que souberam que o Senado decide hoje se o projeto de lei será tratado ou não como regime de urgência. Para William Cardoso, 34, um dos organizadores do protesto, o projeto acaba inviabilizando o uso do aplicativo. A principal reclamação é que os carros seriam obrigados a ter placas vermelhas, iguais aos táxis. “Mas não somos táxi. Nós estamos querendo hoje que o aplicativo fique como está. Se for colocar placa vermelha nós vamos virar táxi e pra nós não serve”, diz. William também observa que o Senado não discutiu as mudanças previstas com a categoria. O objetivo é pelo menos adiar o trâmite do projeto para que a regulamentação seja aperfeiçoada e não deixe os motoristas sem serviço. “A maioria dos motoristas que tão aqui são sustentados pelo aplicativo. Milhares de famílias vão ficar sem sustento e será mais desemprego”, alerta o motorista do Uber. Pressão política Os vereadores Omar Tomalih (PSB) e Marcelo Achutti (PP) também participaram da reunião em favor dos motoristas. Conforme Achutti, a ideia era entregar ao prefeito uma carta de intenção contrária ao PL e que leve a reivindicação até Brasília. “Para que a classe política, querendo ou não, possa receber as manifestações que ocorreram no dia de hoje”, comenta. O PL, de autoria do deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), altera a Política Nacional de Mobilidade Urbana. A mudança afeta não só o Uber, mas outros aplicativos como Cabify e 99 Taxis. “Este projeto pode inviabilizar o uso dos aplicativos de transporte, já que aumenta a burocracia, exige dos motoristas de aplicativos licenciamento com placas vermelhas e diminui a possibilidade das pessoas de gerarem renda”, diz uma campanha feita pelas empresas na internet contra a proposta. O site https://juntospelamobilidade.com foi criado para ajudar a pressionar os políticos contra o projeto. Hoje, o Uber não recolhe impostos e nem paga qualquer verba trabalhista aos motoristas parceiros.