Itajaí
Novas barracas não serão ligadas a rede de esgoto
Emasa diz que ligação é inviável e bolou “gambiarra” para armazenar água suja
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
As 147 novas barracas de milho e churros que estão sendo instaladas nos seis quilômetros da praia Central, em Balneário Camboriú, não serão ligadasà rede de esgoto. A denúncia é do morador Lino Pagnoncelli, 52 anos, e foi confirmada pela Emasa. O denunciante conta que embaixo das pias das barracas está sendo construído um reservatório de concreto para a coleta da água suja. Ele alerta que não há garantia de que o comerciante não despejará todo o material na areia da praia. Lino acredita que haverá até descarte deóleo em plena orla.“Eles dizem que vai ter o coletador, mas vai é criar ratos e sujeira,” palpita. O problema é que a obra para a ligação dos quiosques à rede de esgoto custaria mais de R$ 1 milhão e a prefeitura não teria tempo suficiente para execução do projeto antes do início da temporada de verão.“Eles estão fazendo a solução de “bonito por fora” e por dentro uma porcaria”, acusa. Emasa confirma O diretor geral da Emasa, Carlos Haacke Júnior, justifica que a ligação das barracas à rede é inviável pelo tempo necessário, cerca de oito meses, e pelo custo da obra. “Tem que romper toda a calçada e não ia funcionar, não tem caimento para fazer. Teria que abrir toda a Atlântica para cada ponto de milho fazer a ligação. Custaria uma fortuna para o município e acabaria com a avenida”, acredita. Carlos explica que não há rede de esgoto nas calçadas da praia, apenas uma rede antiga que atende os quiosques. A alternativa encontrada pela Emasa, que foi acordada com os milheiros e a vigilância sanitária, é o armazenamento da água em um contentor. Conforme a necessidade, cada milheiro levaria o contentor para despejar a água nos quiosques ou nas caixas de inspeção ao longo da avenida. Carlos conta que, além do contentor, os quiosques têm uma caixa de gordura. Ele diz que a única gordura usada é na panela de fritura do churros e que deve ser armazenada em garrafas pet para recolhimento.“Quem não cumprir o acordo, através de um termo de compromisso assinado, será multado e perde o ponto”, avisa. O diretor de Planejamento, Laurindo Ramos, garante que haverá uma rigorosa fiscalização. Ele explica que cada contentor tem capacidade para 30 litros e há várias caixas de inspeção ao longo da avenida Atlântica. “Antes não tinha onde lavar panela, nem lavar as mãos, estava fora dos padrões da Vigilância Sanitária. Agora todas as adequações foram feitas, terá frigobar para acondicionar a massa, um local para manipulação dos alimentos e caixa de gordura”, enfatizou. O Ministério Público acompanha a instalação.