Por volta das quatro horas da madrugada, o vigia do pátio da secretaria de Obras de Camboriú, na rua Capitão Ernesto Nunes, no bairro Cedro, foi rendido por dois homens armados. Eles chegaram a pé, pularam o portão e, enquanto um deles rendia o vigilante, o outro ateava uma bomba caseira contra um dos veículos. Em seguida, eles fugiram. O vigilante não se feriu.
O carro, um Renault Logan, que pertence à secretaria da Saúde da prefeitura, começou a pegar fogo. O corpo de Bombeiros foi chamado, mas o carro foi todo consumido pelas chamas. A ação dos bombeiros evitou que o fogo se espalhasse para os outros cerca de 30 veículos, entre carros, ônibus e caminhões no pátio.
O secretário de Saúde, Ronnye Peterson Nasser dos Santos, explicou que o veículo estava estacionado na secretaria de Obras porque iria sair cedinho para levar um paciente que faz tratamento médico fora do município.
Segundo Ronnye, o veículo deu perda total e o seguro não cobre casos de incêndio. O atendimento à comunidade ficará prejudicado, pois a secretaria terá que remanejar outros carros para dar conta da demanda.
O pátio possui duas câmeras de segurança, mas segundo o secretário de Obras Eliomar Getúlio Pereira, elas não funcionam. A secretaria vai lançar um edital para comprar novas câmeras.
O delegado Maurício Pretto já instaurou inquérito para apurar o caso.
Susto no IML
A sede do IML, que fica no mesmo terreno da delegacia da Proteção à Mulher e ao Adolescente, na Marginal Oeste, em BC, também foi alvo de um ataque. Por volta das 21h de quinta-feira, um coquetel molotov foi atirado contra o prédio.
A polícia Civil informou que o plantonista do IML ouviu o estouro. Ele mesmo controlou o princípio de incêndio. Apenas uma parede do IML ficou queimada, mas ninguém se feriu. O funcionário público disse à polícia que não viu quem atirou a bomba, mas o local tem várias câmeras de seguranças. As imagens ainda serão analisadas.
Incêndio em Navegantes
Em Navegantes, um veículo particular e um orelhão público foram incendiados na madrugada de ontem. O Nissan Tiida, placa MMM 0454 (Itajaí), estava ardendo em chamas na rua Itajaí, no bairro São Domingos, por volta das cinco horas da madrugada. O veículo estava estacionado em frente a uma padaria.
Um telefone público acabou sendo atingido pelas chamas. Os bombeiros foram chamados e conseguiram controlar o fogo. Populares relataram que viram um homem alto e usando jaqueta preta no local. A polícia Civil não trata o caso como um ataque do crime organizado.
Toque de recolher em Camboriú é mentiroso
O assassinato do policial militar da reserva Edson Abílio Alves, 51 anos, na noite de quarta-feira, em Camboriú, fez com que um boato começasse a circular na cidade. Uma publicação compartilhada nas redes sociais informava que, a partir de sexta-feira, haveria toque de recolher e ninguém poderia ficar nas ruas após às 22h. A PM informa que a notícia é falsa. Na verdade, a matéria, de uma rádio de Gaspar, foi publicada no dia 8 de julho de 2011.
Preso suspeito de matar policial
A polícia Militar prendeu no fim da tarde de ontem um guri de 18 anos que confessou ter matado o sargento Abílio. O suspeito foi preso no bairro Morretes, em Itapema, junto com outras sete pessoas envolvidas com o tráfico de drogas.
O guri já tem 14 boletins de ocorrência, a maioria por tráfico e furto. A PM encontrou com o bando cocaína, maconha, rádios comunicadores e máscaras usadas em assaltos. O grupo seria do PGC que ordenou os ataques desta semana em todo o estado. O sargento Abílio e um PM de Joinville foram mortos a tiros. Outro PM da reserva de Floripa e um agente penitenciário também foram executados em agosto.
Ataques são resposta à ação policial, diz a PM
O coronel Cláudio Roberto Koglin, comandante da 3ª Região de PM, disse que a polícia encara os ataques como uma reação orquestrada por alguma facção criminosa em resposta às medidas de segurança realizadas desde quarta-feira, após a morte do sargento da reserva da PM Edson Abílio Alves, 51 anos, em Camboriú.
“São marginais avulsos que fazem ataques que não são contundentes, mas impactam mais pela sensação de insegurança, com a intenção de abalar a polícia”, disse. Segundo o coronel, os ataques são direcionados aos prédios públicos e contra agentes de segurança pública.
Além dos casos em Balneário e Camboriú, o centro Administrativo do Governo do Estado, em Floripa, também foi alvo dos ataques. Dois homens em uma moto dispararam cerca de 10 tiros contra a guarita da PM instalada na unidade. Ninguém ficou ferido.
Um policial militar de Joinville foi ameaçado de morte. Em Criciúma, uma viatura, pneus, uma ponte de madeira e uma sala da prefeitura foram incendiadas. Em Balneário Rincão e Balneário Gaivota, a base da PM foi alvo de incêndio e em Florianópolis foi alvo de tiros. Em Palhoça, houve disparos contra um PM, mas nenhum tiro o acertou. Em Balneário Arroio do Silva houve disparos contra uma delegacia.
Durante este fim de semana, a PM continua com operações nas ruas. Segundo o coronel Cláudio Roberto Koglin, as ações não podem ser divulgadas, mas haverá policiamento reforçado nas ruas.“Esperamos segurar esta onda de ataques durante o final de semana e que até segunda-feira tudo volte ao normal”, adiantou.
PM Abílio é enterrado na sexta-feira
Ontem pela manhã, o corpo do sargento Abílio Alves foi enterrado no cemitério Municipal de Camboriú, no centro. O caixão foi conduzido pelo corpo de Bombeiros da igreja Assembleia de Deus, no bairro Monte Alegre, onde estava sendo velado, até o cemitério. Houve homenagens e continência de tropa.
O subcomandante da PM, coronel Carlos Alberto de Araújo Gomes, discursou durante o funeral e se emocionou ao falar dos colegas vítimas de atentados. “Mal sabem, quem não é familiar de policial, o quanto essa ausência que vai ser sentida, é a repetição de pequenas ausências ao longo de uma vida”, falou. Os três filhos e a esposa do sargento, amigos e colegas de profissão estavam muito abalados.
O sargento Abílio foi executado em frente à Padaria Tripão, na rua Guararema, por volta das 21h de quarta-feira.