Itajaí

Campanha “Não dê esmolas!”

Objetivo é diminuir o número de pedintes; prefeitura anuncia cursos profissionalizantes e resgate social em abrigos

Há um ano nas ruas, Cleusa pede nas sinaleiras do bairro Fazenda
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Você já deve ter reparado, em algumas esquinas de Itajaí, placas orientando a não dar dinheiro a pedintes. Essa é uma das ações que a prefeitura adotou para diminuir a quantidade de mendigos pelas ruas da cidade e que foram divulgadas ontem durante a apresentação da campanha “Não dê esmolas!”, da secretaria de Desenvolvimento Social. A inserção dos pedintes em cursos profissionalizantes, vagas em casas de acolhimento e até a criação de um número exclusivo para informar sobre a presença de pedintes também fazem parte da campanha. Ontem, panfletos começaram a ser entregues. Vão rolar blitze de funcionários das secretarias de Educação e Segurança para orientar motoristas a não darem esmolas. O prefeito Volnei Morastoni (PMDB) participou do lançamento da campanha. “Não é negar uma caridade, mas é uma situação contraditória, porque a esmola ajuda a manter na rua”, argumentou. Volnei usou como exemplo o caso de um morador de rua que chegava a ganhar até R$ 200 por dia nas sinaleiras. Pra facilitar o recebimento de informações, a prefeitura implantou o número gratuito 156. O contato pode ser feito das 00h30 até 6h30, horário que a equipe de abordagem social está nas ruas. Outros telefones são (47) 3248-4596 e 99919-8961 (WhatsApp). Cursos profissionalizantes Oficinas culturais serão oferecidas no Centro Pop e a Feapi tá capacitando monitores pra trabalharem com cursos profissionalizantes. A secretaria da Habitação também promete incluir os moradores de rua em programas de moradia. Já a secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda ficará com a responsa de auxiliar os mendigos a produzirem um currículo para encaminhá-los a vagas de emprego. Para dar abrigo a essas pessoas, a prefeitura conta com a casa de apoio, aberta 24 horas. A secretária de Desenvolvimento Social de Itajaí, Neusa Maria Vieira Geraldi, explica que a prefa também pretende disponibilizar um albergue, mas até agora nenhuma entidade se interessou no chamamento público com essa finalidade. Outra novidade é que a prefeitura deve implantar, na segunda semana de setembro, um consultório de rua pra atender os mendigos, muitas vezes com problemas de saúde e transtornos psicológicos. “Vai aumentar o roubo”, acredita moradora de rua que é pedinte Há pelo menos um ano, Cleusa Passos, 52 anos, aborda motoristas na esquina da rua Antônio Manoel Moreira com Agostinho Fernandes Vieira, no bairro Fazenda, em Itajaí. “Dá uns R$ 50 por dia”, garante. Ela conta que é viciada em crack há quatro anos e que há um ano perambula pelas ruas. Apesar de pedinte, Cleusa se diz a favor da campanha. “Tem muita gente que não precisa e tá pedindo”, argumenta. Ela só acha que tem um risco. “Vai levar essa gente pra roubar. Vai aumentar o roubo na cidade”, avalia. Perguntada como é que vai ficar, sem o dinheiro das esmolas, Cleusa se mostra tranquila. “As pessoas me conhecem. Todo mundo me conhece aqui”, na fé de que continuará recendo as esmolas ao pé da sinaleira. Quase 70 moram nas ruas Atualmente, há 68 moradores de rua em Itajaí. Mas o número já foi cinco vezes maior. Em janeiro deste ano eram 388, segundo a prefeitura de Itajaí. Se for considerar os “temporários”, que passam ou passaram pela cidade como andarilhos, o número era ainda maior. As pesquisas apontaram que apenas 35 eram de Itajaí, 78 vinham de outras cidades catarinenses, 258 de outros estados e 17 eram estrangeiros. Desse povo, 85% eram dependentes químicos. Segundo dados divulgados pela prefeitura, de janeiro até agora, 200 pessoas foram levadas de volta pras suas cidades de origem e tiveram ajuda pra encontrar suas famílias, trabalho ou acolhimento. Outras 212 foram encaminhadas pra comunidades terapêuticas (só a prefeitura comprou 80 vagas em casas de recuperação) ou voltaram pra casa; 10 retornaram ao país de origem e sete já foram inseridas no mercado de trabalho. MV



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