Itajaí

Sabedoria de avó para tratar doenças é levada aos postos de saúde

Projeto Farmácia Viva prevê implantação de um horto medicinal em Itajaí para tratar pacientes dos postinhos

A implantação do Horto Medicinal ainda não tem data para iniciar em Itajaí
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Melissa Bergonsi geral@diarinho.com.br Chá de boldo para indigestão, de folha da goiabeira para a diarreia, erva cidreira para acalmar os nervos, chá de alho, limão e mel para curar a gripe. A sabedoria das avós que têm na ponta da língua o benefício de muitas das plantas medicinais para tratar ou aliviar sintomas antes de chegar ao médico deve ser incorporada nos postos de saúde de Itajaí. O projeto Farmácia Viva Univali, apresentado para a prefeitura da cidade, quer implantar um horto medicinal para cultivar plantas que possam ser usadas de maneira complementar e, algumas vezes, alternativa no tratamento de pacientes nas unidades de saúde. “Ela não substitui o tratamento tradicional, mas pode e deve ser usada de maneira complementar. Em alguns casos, por exemplo, as plantas medicinais e fitoterápicos podem ser usados como alternativa ao método tradicional, desde que seja em sintomas leves, como para o alívio de uma cólica, resfriado, insônia, para parar de fumar e diminuir a ansiedade”, explica a professora do curso de farmácia da Univali e uma das coordenadoras do programa, Angélica Garcia Couto. O primeiro passo para que o projeto saia do papel será a implantação do horto que deverá ser feito pela prefeitura em parceria com a Univali. Lá, agrônomos, farmacêuticos e profissionais de várias áreas cultivarão as plantas escolhidas pela equipe para que possam ser prescritas à população ou fazerem parte da fórmula de fitoterápicos. Segundo Angélica, o cultivo desse tipo de planta é específico e opta por técnicas que usem o adubo orgânico, recursos agroecológicos, a compostagem e que proíbe, por exemplo, o uso de agrotóxicos. “A população já faz uso dessas plantas e isso não é uma novidade. O diferencial é que vamos valorizar o saber popular e levar para a unidade básica de saúde uma planta com certificado de qualidade e procedência”, explica. No posto de saúde, os pacientes receberiam as plantas prescritas por um profissional seja para plantar em casa, na prevenção de doenças, ou para o uso imediato no tratamento complementar ou alternativo. O cultivo monitorado por profissionais em um horto medicinal evita, por exemplo, que os pacientes consumam plantas erradas e tenham até mesmo problemas com a saúde. Além disso, com o monitoramento dos profissionais, as plantas são colhidas na época correta para potencializar seus efeitos. “O hortelã, por exemplo, tem muitas espécies e nem todas são indicadas para um determinado uso. A prescrição por um profissional de saúde vai fazer com que a pessoa leve para casa uma planta verdadeira e com indicações de uso corretas”, diz. Outra tarefa do programa também prevê o mapeamento dos médicos e outros profissionais da saúde que tenham o perfil e estejam dispostos a atuar com a fitoterapia e o uso de plantas medicinais. Depois de identificados, os profissionais serão capacitados pela Univali para que possam atuar dentro das práticas de integrativas apontadas pelo Ministério da Saúde, que prevê o uso da medicina alternativa junto da tradicional. Um perfil da população, seus costumes e demandas nos postos de saúde, também será traçado para que a escolha de espécies de plantas seja melhor direcionada às necessidades descobertas. “O que faltava era unir a sabedoria popular com o conhecimento científico. Fazendo isso, temos inúmeros benefícios já que as plantas medicinais são um recurso de fácil acesso e que podem diminuir os gastos com a saúde e evitar a medicalização excessiva da população”, garante. A implantação do Horto Medicinal ainda não tem data para acontecer, mas a prefeitura de Itajaí já sinalizou interesse e afirma que vai estudar os termos da parceria para colocar o programa em prática. Em Balneário Camboriú horto agrada população A iniciativa é uma novidade para Itajaí, mas não é tão recente no país. Há mais de 10 anos, a política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos era aprovada por meio de um decreto e estabelecia as diretrizes para o uso de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil. Quatro anos depois, uma portaria do Ministério da Saúde instituía o programa Farmácia Viva no Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar o cultivo, coleta, processamento, armazenamento, manipulação e preparação das plantas medicinais e fitoterápicos. Mas, antes disso, a população de Balneário Camboriú já conhecia os benefícios do tratamento com plantas medicinais. No Parque Natural Raimundo Malta, há o horto medicinal Dr. Roberto Miguel Klein, onde pelo menos 70 espécies de plantas são cultivadas para serem distribuídas em mudas ou em chás para quem busca um tratamento alternativo para cólicas, tosses, resfriados, pedras no rim, insônia e ansiedade, por exemplo. Qual a diferença entre uma planta medicinal e um fitoterápico? As plantas medicinais são aquelas tradicionalmente usadas como remédio pela população para aliviar ou curar algumas enfermidades. Normalmente são utilizadas na forma de chás e infusões, mas para usá-las é preciso conhecer a planta, saber onde colhê-la e como prepará-la. Os fitoterápicos nada mais são do que uma planta medicinal industrializada. Isso permite padronizar a quantidade e a forma correta de uso do medicamento, além de evitar contaminações por micro-organismos ou substâncias estranhas. Antes de ser comercializado, o fitoterápico precisa ser regularizado pela Anvisa. Eles também podem ser manipulados em farmácias autorizadas pela vigilância sanitária e devem ser prescritos por profissionais habilitados. E a medicina alternativa? A fitoterapia é uma entre os vários tipos de medicina alternativa que conhecemos, como a tradicional chinesa, a homeopatia, a medicina popular, a naturopatia e acupuntura, por exemplo. Geralmente, a medicina alternativa (uma ou mais de suas variedades) é usada de maneira combinada com a medicina tradicional para potencializar o tratamento e recuperação do paciente. Não é brinquedo não O mito “se é natural não faz mal” é realmente um mito. O consumo de plantas medicinais e fitoterápicos pode sim fazer mal à saúde causando intoxicações, reações alérgicas, enjoos, inchaços e até a morte da pessoa. Por isso, procure um profissional habilitado capaz de identificar a planta e prescrever o uso correto para você. Horto municipal semeia a beleza dos canteiros de Itajaí O padre botânico e historiador Raulino Reitz dá nome ao horto municipal de Itajaí, onde se planta boa parte da beleza da cidade. As flores dos canteiros, rótulas, praças e pracinhas que enchem de cor o trajeto de carro, ônibus ou de quem caminha por Itajaí, sai de um terreno na Ressacada onde, em média, 40 mil mudas de plantas ornamentais são produzidas por mês. Dália, sálvia, amor perfeito, petúnia, gerânio, boca-de-leão são apenas algumas das flores cultivadas sob os olhos da experiente engenheira agrônoma Angeli Schmitt Reinhardt, que trabalha há 17 anos no local. “Eu acredito que as flores e plantas nos canteiros da cidade dão a mesma sensação de quando você arruma sua casa, compra uma colcha nova para a cama. Isso enche os olhos das pessoas, cria o orgulho de morar no local, fortalece a identidade do cidadão com sua cidade”, diz. E se engana quem pensa que é fácil fazer com que tudo sejam flores no caminho de quem passa pela cidade. Lidar com as questões burocráticas de licitação para compra de sementes e para que cheguem no tempo certo para semeadura e florada, combinar isso com as datas comemorativas, mais as estações do ano e as variações climáticas é uma engenharia que vai além dos estudos universitários. Dificilmente, por exemplo, Angeli consegue presentear Itajaí com flores em seu aniversário. “Como é no meio do inverno, a semeadura precisa começar em abril. Mas em abril ainda temos um tempo muito quente para as sementes que sobrevivem no inverno. Conseguimos deixar os canteiros lindos, mas dar flores para Itajaí em sua data é uma tarefa difícil”, conta. Além do complexo desafio que enfrenta para fazer florescer, Angeli ainda tem que lidar com o vandalismo, o furto das flores nos canteiros e os dejetos dos animais de estimação que são muitos e não são recolhidos pelos donos dos pets. “Na Beira Rio temos um problema que muita gente vai até com sacolas para levar as flores que plantamos. Na Marcos Konder temos o problema das pessoas que atravessam pelo canteiro e esbarram ou pisam nas plantas seja pela pressa, seja por falta de cuidado e em toda a cidade vivemos o problema dos dejetos de cachorros que além de a população não recolher, muitas vezes deixa os bichinhos cavarem o canteiro e destruir as plantas que estão no local”, revela. E mesmo convivendo com cada uma das milhares de mudas que planta mensalmente, Angeli só vê as cores da florada junto com a população nas praças e canteiros. É que no horto, é feita a semeadura, para que a planta cresça forte e saudável. Pouco antes de explodir o primeiro botão, as plantas vão para algum dos canteiros da cidade para só então se revelarem em cor.






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