Itajaí

Matou a namorada com o fio do secador

Guilherme Henrique dos Santos, 18 anos, foi preso em flagrante. Em junho, 3609 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência doméstica em Santa Catarina

Alessandra e Guilherme moravam juntos há um mês
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A cada 12 minutos uma mulher é vítima de violência doméstica em Santa Catarina, segundo dados do mês de junho divulgados pela secretaria de Estado da Segurança Pública. Ontem, um dos cerca de 120 casos de violência registrados no estado foi o assassinato da adolescente Alessandra Ficher, 15 anos, estrangulada pelo namorado durante a madrugada, na rua Fortaleza, em uma área de invasão conhecida como Brejo, no bairro São Judas Tadeu, em Balneário Camboriú. Guilherme Henrique dos Santos, 18 anos, que morava com Alessandra há cerca de um mês em um casebre próximo à casa da mãe e dos primos foi preso na manhã de ontem e teria confessado para os policiais militares o assassinato da namorada. Segundo o delegado titular de Balneário Camboriú, Júlio Cesar Machado de Souza, a adolescente foi estrangulada com o fio de um secador de cabelos. O corpo da jovem foi encontrado pelos policiais jogado de barriga para cima sobre um sofá da casa, com as mãos amarradas com uma toalha. “Ele confessou o crime para os policiais militares na hora de sua prisão e disse ainda que mataria também o ex-namorado da vítima. Mas na delegacia ele mostrou muita frieza, não voltou a confessar, e está preso em flagrante”, contou o delegado. As apurações preliminares da investigação da polícia Civil apontam que o casal havia voltado de uma pequena viagem na noite de domingo. Em casa, Guilherme teria pegado o celular da namorada para ver as mensagens que ela trocava com outras pessoas. “Eles estavam brigando, constantemente, porque achou que ela estava conversando com um ex-namorado e a matou friamente”, revelou o policial. Depois do crime, o rapaz teria corrido até a casa da mãe, que fica a poucos metros, para dizer que homens teriam invadido o casebre e matado Alessandra. Porém, a mãe não acreditou na história, e Guilherme acabou confessando o crime. Foi a mãe dele quem encontrou o corpo da nora e acionou a polícia Militar. O rapaz acordou o irmão mais velho e fugiu. No meio da manhã de ontem, ele foi encontrado e preso pela PM caminhando pela avenida do Estado Dalmo Vieira, em Balneário. Na delegacia, Guilherme não abriu o bico. Ele nem quis falar sobre o assassinato. Por enquanto, ninguém da família dele ou da vítima foram ouvidos pela polícia Civil. Agora, Guilherme será transferido para o presídio da Canhanduba onde vai ficar preso e responder pelo crime de assassinato. Ele poderá ser condenado a uma pena que pode variar de 24 a 30 anos de prisão. Alessandra, aos 15 anos, vira estatística Não houve tempo para lavar os copos de um café tomado com adoçante sob a pia, nem para recolher o shorts que secava no varal. Alessandra Ficher, 15 anos, não conseguiu fugir ou pedir socorro, não teve tempo para ficar adulta, conhecer a vizinhança ou para recuperar os estudos. Foi estrangulada pelo namorado de 18 anos com o fio do secador de cabelos. Ele a deixou sob o sofá verde de dois lugares, que fica espremido no casebre de 15 metros quadrados. Alessandra estava morta, de barriga para cima, com as duas mãos amarradas com uma toalha. Ela é mais uma como as 3609 mulheres que foram vítimas de algum tipo de violência doméstica, seja ameaça, lesão corporal, estupro ou assassinato em Santa Catarina só no mês de junho desse ano. Isso significa que todos os dias pelo menos 120 mulheres no estado sofrem com a violência e vão parar nos registros policiais. Só em Balneário Camboriú, foram 74 casos em junho, um a cada 12 horas. Alessandra foi a primeira mulher assassinada em Balneário Camboriú vítima de violência doméstica em 2017. Uma adolescente de apenas 15 anos que repete a história de muitas meninas pobres e com quase nenhum estudo no país: o de se casar cedo. Guilherme Cechelero, cientista social e educador, explica que, infelizmente, a violência é naturalizada no contexto de mundo que cercam pessoas como Alessandra e Guilherme. “Eles crescem vendo o pai abusar da mãe, bater, espancar. Apanham da polícia, pegam pedra de crack na mão. Quando crescem e atingem a adolescência buscam se unir para se proteger”, diz. Alessandra, por exemplo, resolveu morar com Guilherme. Há cerca de um mês, ela deixou Itapema para morar em um barraco com o namorado em Balneário Camboriú. Até o ano passado, ela estava matriculada na escola Municipal Prefeito Francisco Victor Alves, cursando o sexto ano. E, aparentemente, não tinha facebook. Com a nova paixão, criou uma conta na rede social em junho deste ano. O primeiro comentário recebido foi de Guilherme que elogiava a beleza da namorada. Depois disso, no dia 3 de julho, ela assume o “status” de estar em um relacionamento sério. Entre as dezenas de comentários, vê-se um Guilherme violento, falando com uma ex-namorada abertamente sobre a possibilidade de continuarem juntos ou a três. Alessandra não se posiciona. Apenas um amigo se mostra triste com a situação. Em alguns momentos, parece clara uma insatisfação com o relacionamento. A frase destaque escolhida por ela na página sugere que estaria sofrendo algum tipo de abuso: “hoje você me pisa, amanhã eu te atropelo”. Mas, não deu tempo. Já a página de Guilherme no Facebook traz um último post do rapaz, colocado na manhã que antecedeu o crime, dando a entender que ele faria algo errado. “F* o correto, mas sim a ocasião. Os loucos vem para confundir as cabeças”, escreve. Menos de 12 horas depois, Alessandra era morta estrangulada com o fio do seu secador de cabelos. Adolescente de Navegantes também foi morta pelo companheiro Na madrugada de nove de julho, Gisler Pereira dos Santos, 29 anos, também matou a companheira, Stefany Bombana dos Santos, 16 anos, no bairro Meia Praia, em Navegantes. A adolescente foi atingida por um tiro na cabeça na frente da filhinha deles, uma bebê de 11 meses. O casal começou a namorar dois anos antes da tragédia. Logo a menina parou de estudar e engravidou. A partir daí, eles foram morar juntos na casa da rua professor Francisco José Baron, próximo a uma área de invasão. Mesmo os pais morando pertinho da casa de Stefany, eles pouco viam a filha. G. tinha proibido a esposa de sair de casa sozinha. Ela só podia visitá-los com a autorização do marido. O casal, segundo um familiar, brigava bastante por conta do ciúme dele. A adolescente já teria tentado se separar, mas Gisler ameaçava matá-la. A menina gritava por socorro e chegou a registrar um boletim de ocorrência sobre as ameaças que sofria. A polícia nada fez. Gisler deu o tiro fatal na esposa no quarto do casal. A arma foi encontrada no local. A bebezinha estava na cama, ao lado da mãe, quando o casal brigou e o Gisler atirou. Ferida na cabeça, a mulher caiu ao pé da cama. Os vizinhos ouviram a briga e o tiro. Eles socorreram a adolescente, mas ela morreu ao da entrada no hospital Marieta Konder Bornahausen. O rapaz está foragido desde então.






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