A Casa de Bamba, na avenida Rui Barbosa, na Praia Brava, em Itajaí, onde só toca samba de raiz, tá provocando mó rebuliço na vizinhança. A pendenga vem se arrastando desde setembro, quando o alvará do estabelecimento foi cassado e o dono, Régis Bastos, 46 anos, conseguiu uma liminar na dona justa pra poder continuar tocando as rodas de samba. O local funciona aos finais de semana.

O advogado Rui Robalos, 55, mora há sete anos na Rui Barbosa e mete bronca no vizinho barulhento. “A comunidade está sofrendo, faz dois anos que esse processo vem se arrastando e a justiça não faz nada”, reclama Rui, que diz passar as noites de sábado em claro por conta do som alto. “Todo sábado é a mesma coisa, vou dormir só de madrugada”, relata.

O aposentado Constantino Sommer, 77, diz que já fez denúncias à fiscalização da fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai), mas acusa que nunca recebeu qualquer retorno do órgão. “Faz mais de 70 dias que o alvará foi cassado, e mesmo assim esse negócio ainda está aberto. Desse jeito o barulho não vai parar nunca”, desabafa o velhinho.

O dono garante que a Casa de Bamba é um lugar tranquilo, onde não rolam confusões. “Tenho uma clientela selecionada. Nosso público vem de Florianópolis, Blumenau, e nunca tivemos uma briga sequer na casa”, relata Régis, que toca o pagode desde 2007.

Pro comerciante, houve arbitrariedade por parte da delegada que cassou seu alvará. “Uma vizinha era secretária do ex-governador Luiz Henrique (PMDB) e após ela fazer o reclame meu alvará foi cassado, simples assim. Por que não cassaram nos dois anos anteriores?”, questiona o empresário.

Famai vai medir o barulho

Jonas Pereira, diretor de fiscalização da Famai, confirmou ao DIARINHO que o órgão recebeu denúncias sobre a suposta barulheira promovida pela Casa de Bamba. Os fiscais, garantiu, tão investigando o caso e será feita uma medição no local, que funciona somente aos finais de semana, pra ver se o barulho está mesmo acima do permitido por lei.