Em nota enviada ao DIARINHO, os dotores do banco dizem o seguinte: A Caixa informa que a construtora Casanova, da cidade de Balneário Camboriú/SC, não está autorizada a operar em nome da Caixa, no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida, tampouco a utilizar a logomarca do banco. Não há qualquer tipo de relacionamento contratual entre o banco e a construtora. A Caixa tomará as medidas cabíveis a fim de evitar prejuízos à empresa e aos seus clientes.
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O gerente-geral da agência da CEF em Balneário, Ademir Scanagata, faz um alerta às pessoas que estão interessadas em comprar imóveis com financiamento do banco. Para saber se há a possibilidade de conseguir algum financiamento, o cidadão deve ir até uma agência bancária e pedir a verificação da sua situação e também se o empreendimento já passou por alguma tipo de vistoria do banco, ensina Ademir.
Outro perrengue é que o conselho Regional de Corretora de Santa Catarina (Creci/SC) informa que, pra poder vender imóveis, uma empresa precisa ter registro no conselho ou ter algum funcionário com registro que se responsabilize pela empresa, o que, de acordo com um ex-funcionário da Casanova, não rola por lá.
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Ex-funcionário abre o bico ao DIARINHO
Um ex-funcionário da Casanova, que não quis se identificar e que deixou a empresa por falta de pagamento e medo da situação que presenciou, falou ao jornal mais lido do sul do mundo tudo o que rolava por lá. Confira o plá:
Desde quando a construtora Casanova opera em Balneário?
Eles estão há cerca de um ano na cidade. Vieram de Curitiba/PR.
Há reclamações na Procon e na justiça sobre venda irregular de imóveis. Você presenciou alguma irregularidade?
Há várias irregularidades: construções sem licença, sem alvará, sem incorporação e sem efetivamente ter o terreno para a construção dos imóveis. Eles visualizam o terreno, contatam o proprietário e fazem uma proposta boa, quase sempre sem entrada. No máximo, dão um sinal de baixo valor.
Algum cliente foi até a empresa reclamar sobre a demora para o início das obras de algum edifício?
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Muitos clientes desistiram, pegaram dinheiro de volta. Inclusive, uma das vendas que eu fiz, a cliente pegou o valor que tinha pago.
No período em que você trabalhou na Casanova, algum prédio foi construído?
Nunca vi um prédio ser construído, a não ser uma casa que foi demolida no bairro Vila Real, mas nunca mais passei lá pra saber se eles construíram. Pelo que eu sei, não construíram nada.
Quantos apartamentos foram vendidos no período em que você trabalhou na construtora?
Pelo menos umas 10 unidades.
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Você nunca desconfiou da demora em começar a construir os prédios?
Com certeza. A justificativa era falta de dinheiro. A estratégia deles era vender o maior número de unidades possível e depois dar início na obra com o próprio pagamento dos clientes, mas sem qualquer organização, formalidade. O Claudinei e o Leandro, um dos ajudantes dele, falavam toda hora que iam começar a construir, mas que o dinheiro estava bloqueado por causa de umas dívidas trabalhistas. Diziam que era bobagem e uma questão de tempo pra começar a construir.
Qual era a situação dos funcionários na Casanova?
Não existia contrato de prestação de serviços. Nenhuma tinha registro do Creci ou carteira assinada. Havia muita rotatividade, pois a partir do momento em que as pessoas percebiam que era algo ilícito, geralmente saíam da empresa.
A Casanova tinha alguma autorização para construir ou vender imóveis?
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Nenhuma. Nem o estabelecimento da construtora tinha qualquer tipo de alvará. Eles procedem uma venda ilegal de imóveis, pois não têm nenhum corretor habilitado.
O que você soube sobre o Claudinei Proença, antes dele criar a Casanova?
Pelo que sei, ele e a esposa tinham uma construtora em Curitiba, de nome Max Weber, que faliu. Eles queriam começar de novo, mas sem estrutura ou qualquer tipo de organização.
Por que você saiu?
Por falta de pagamento e por medo.