O motora, que não teve o nome divulgado, disse pra polícia que atendeu os clientes lá pelas 7h da matina no domingo, no ponto que fica perto do hotel Marambaia. Eles pediram uma corrida até Itapema. Estavam bem vestidos e a loiraça seria bonitona pacas, daquelas de parar o trânsito. Como não suspeitou da treta, pegou a estrada com o Palio, placa MCZ 8133 (Balneário Camboriú).
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O casal teria pedido pra ele passar pelo bairro da Barra. Assim que chegou no bairro, o homem lhe meteu um trabuco na cintura e mandou dirigir até o morro do Estaleiro. Lá, o casal de bandidos obrigou o motorista a sair do carro. O taxista acabou sendo enfiado no porta-malas. Com o caminho livre, os assaltantes roubaram R$ 500 e um rádio-comunicador. Também estouraram três pneus do carango. O motora conseguiu sissoltar minutos depois e gritou por socorro. Moradores do Estaleiro chamaram a polícia Militar, que vasculhou a região e não encontrou os bandidos.
Ismael Rosa, presidente do sindicato dos Taxistas do Balneário Camboriú, diz que a categoria tá de cabelo em pé com a situação. Conta que o ataque do fim de semana foi mais um de uma série de assaltos a motoristas de praça que tem rolado nos últimos meses. Foram sete assaltos a taxistas desde abril. Naquele mês chegaram até a rolar três ataques em apenas cinco dias.
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Em todas as abordagens, os bandidos pediam corrida de madrugada ou amanhecendo. Chegavam aos pontos do Balneário e solicitavam que fossem levados até o interior de Camboriú ou divisa com Itajaí. Agora mudaram o destino, conta Ismael.
O chefão do sindicato não duvida que uma quadrilha possa estar metida com os assaltos. Ele afirma que conta com a investigação da polícia Civil pra solucionar os crimes, mas pretende pedir providências à polícia Militar pra evitar que os ataques continuem rolando. De preferência que fizessem a abordagem dos táxis quando saem do município, palpita. Ele pretende se reunir com o comando da PM até semana que vem.
Taxista mudou hábitos pra fugir dos assaltos
Enquanto uma solução pra segurança dos motoristas de praça não aparece, os taxistas siviram como podem pra se prevenir dos ataques da bandidagem. Motora de praça há dois anos, Francisco Araújo, 70, já foi assaltado por dois moleques durante uma corrida. Conta que eles chegaram no ponto da rua 3100 e lhe pediram pra ir até o bairro Nova Esperança. Ao chegarem no local, um deles segurou seu Chico pelo pescoço e o outro botou a arma na cintura. Depois, prenderam o motora no porta-malas e roubaram o dindim das corridas daquela noite.
Hoje, pra evitar pendengas, seu Francisco procura sempre observar quem são os clientes. Se o sujeito é malencarado, na caruda ele se recusa a fazer a corrida. Procura também não atender ocorrências em bairros e localidades mais distantes durante a madrugada. Sempre que precisa a gente está em contato com o ponto, mas não tem como adivinhar quem vai pegar. Não está escrito que alguém é bandido, afirma.
Polícia diz que tá agindo
O capitão Dagoberto Fernandes Delaiti, comandante da companhia da polícia Militar do Balneário, disse, através da assessoria de imprensa da corporação, que tá fazendo o que pode pra evitar os crimes. As principais ações são as constantes rondas e abordagem à galera que circula em locais suspeitos.
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O oficial tem a mesma opinião do chefão do sindicato dos taxistas. Pra diminuir os assaltos a motoristas de praça, só mesmo intensificando as blitzes pela cidade e fazendo abordagens constantes aos carangos. Mas, pra isso, pondera, tanto os motoristas de praça quanto a clientela que carregam pra cima e pra baixo teriam que se dispor a perder alguns minutos para que os PMs possam fazer as checagens nos táxis, bizolhando a documentação de todos os ocupantes do carango.
Motora reagiu e levou tiro no pescoço
O mais grave assalto dos últimos três meses rolou em 7 de junho. O dimenor J.F.S., 17 anos, atacou o taxista Volnei Basílio Charnesca, o Nei, 24, e lhe meteu um tirombaço no pescoço. O motorista chegou a ir pra UTI e por pouco não foi dessa pruma melhor.
J., que mora na região do Brejo, em Itajaí, pegou o táxi perto da 1h da madruga, na avenida do Estado Dalmo Vieira, no Balneário, e pediu uma corrida até Itajaí. Ao chegar no bairro Cordeiros, na city peixeira, puxou o berro e anunciou o assalto. Nei teria reagido e levou o tiro. J. acabou preso pela PM horas depois do crime.
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