Foi arquivada a investigação que visava apurar possíveis irregularidades no aumento da tarifa de embarque do terminal Rodoviário Internacional de Itajaí (Terri), no último dia 24 de junho. No entanto, alguns usuários do transporte intermunicipal ainda não tão convencidos. Vanderlei Lamiani Preve, 50, é projetista mecânico e viaja por todos os cantos de busão. O trabalhador procurou o DIARINHO pra abrir o berreiro e manifestar toda a sua indignação quanto ao valor da taxa de embarque. Aqui em Itajaí é o valor mais caro que eu já vi em todo o país, garante.
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No início do ano, o Terri aumentou em 90% a cobrança de embarque. Contudo, a promotora da Moralidade Administrativa do Ministério Público de Itajaí, Darcy Baltt, não encontrou nenhuma falcatrua ...
No início do ano, o Terri aumentou em 90% a cobrança de embarque. Contudo, a promotora da Moralidade Administrativa do Ministério Público de Itajaí, Darcy Baltt, não encontrou nenhuma falcatrua no acréscimo.
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Em três meses, Vanderlei fez mais de 15 viagens e não siconforma com o taxa na terra peixeira, de R$ 4,18.
No dia 9 de junho, o mecânico enviou um e-mail pra diretoria do departamento de Transportes e Terminais (Deter) com um comparativo de valores pagos em outras rodôs. Qual o motivo da taxa de embarque na rodoviária de Itajaí ter este valor tão abusivo?, questiona na carta eletrônica. A instituição passou a bola pra prefeitura municipal.
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De acordo com o engenheiro do Deter, Roberto Scalabrin, que respondeu o e-mail, a prefa é quem deve estipular o valor.
Vanderlei se sente lesado com a cobrança. Em Floripa, na maior rodoviária do estado, a taxa de embarque é de R$ 1,90. Em todas as rodoviárias frequentadas pelo mecânico, os valores não chegam a três pilas. Exceto em Itajaí.
E aí, terminal?
De acordo com Tuani Nara Rizzi Nunes, diretora de Marketing da Coletivo Itajaí, que administra o Terri, não houve registro de reclamação de passageiros. Ela explicou que o valor foi estipulado com base em todas as despesas do terminal rodoviário, principalmente com infraestrutura. Contudo, Tuani não soube informar quanto foi gasto em investimento no último ano. Quando questionada sobre as benfeitorias, Tuani comentou das reformas dos banheiros, que rolaram em 2009.
A diretora relatou também a manutenção das pistas de entrada e saída dos ônibus. No entanto, a obra iniciou este ano e ainda não foi concluída. A única obra feita em 2010 foi a troca de tubulação de água. Tuani garante, porém, que o terminal tem todos os todos os gastos computados. No entanto, à reportagem do DIARINHO não foi permitido acesso ao material. São documentos internos da empresa, justifica.
Pra que serve?
É simples. Os R$ 4,18 arrecadados por passagem emitida no terminal Rodoviário Internacional de Itajaí (Terri) são pra investimentos e manutenção do prédio do terminal.
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De acordo com Sérgio Ardigó, coordenador técnico da secretaria de Urbanismo da prefa peixeira, uma planilha elaborada pelo Terri é entregue à prefa e analisada por uma diretoria de engenharia de trânsito.
No documento devem constar todos os gastos do terminal. Em cima disso se elabora a taxa de embarque. É sempre de acordo com o que realizaram no ano anterior. Consta no contrato firmado com a empresa a cobrança dessa taxa, ressalta Ardigó.
Se aprovado pelos especialistas, o valor passa a valer e o povão tem que arcar com a despesa sem choro nem vela.